E é “neste” mesmo. Nesse ou naquele, talvez, não seria possível abastecer um carro. Além disso, a existência (quase rara) do produto no estabelecimento merece o uso adequado do verbo “haver”, uma vez que “ter”, nesse caso, não é gramaticalmente correto.Todavia, a surpresa maior era de responsabilidade de uma outra sentença:A gasolina custa R$4,69.
E esse adjunto adverbial de preço é, em alguns estados, uma verdadeira pechincha! De repente, o ouro mudou de cor e forma. A despeito do valor, filas enormes se formavam nos postos. Outro adjunto adverbial ganhou grande importância: o de tempo. Algumas pessoas ficaram duas, quatro, doze horas à espera para abastecer.
Aliás, tivemos a oportunidade de ver dois outros adjuntos adverbiais – tão incomuns quanto o de preço – em ação:Os caminhoneiros fecharam as rodovias com seus caminhões. (adjunto adverbial de instrumento).
O governo, por meio de uma Medida Provisória, tentou conter o movimento grevista. (Adjunto adverbial de meio)
Você ainda se escandaliza com “seje”, “menas” ou “estrupo”? O que me deixa horrorizado é poder encontrar, na língua portuguesa, uma distração para tantos problemas enfrentados por nosso país.
Na tomada das grandes decisões, garantidamente, existem pessoas tanto com alto conhecimento do vernáculo quanto com pouco conhecimento sobre a língua. Independentemente disso, os absurdos continuam sendo feitos. Do lado de cá, há um povo, com ou sem a devida escolarização, que clama por dias melhores.
O nosso Brasil merece!