Fernanda Sampaio (*)
O que é a vida? Por que estamos aqui? Qual a força do destino na nossa história? Até onde vai o poder de nosso livre arbítrio? Até quanto podemos transformar o que vivemos, o que sentimos e quem somos?
Viver nos impele a habitualmente refletir sobre essas questões, porque, por mais que aprendamos sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre as situações, a vida sempre tem o poder de nos surpreender e nos ensinar a olhar para outra direção. A vida sempre vem nos mostrar que, por mais que tenhamos algum controle sobre ela, ao mesmo tempo não temos nenhum.
Como psicóloga, é evidente que acredito o quanto somos responsáveis por tudo o que temos, construímos e nos tornamos. Acredito que, a partir de um processo de autoconhecimento profundo, podemos transformar a nós mesmos e a nossa história. Sou adepta ao ditado de que colhemos literalmente aquilo que plantamos.
Contudo, penso também que ninguém, mesmo os maiores estudiosos do ser humano, consegue entender uma vida e um destino em seus níveis mais profundos, compreendendo as intersecções entre o controlável e o incontrolável.
A partir disso, me tornei uma observadora e admiradora detalhista da vida. Parei de julgá-la e passei a buscar compreendê-la, aceitando seus movimentos próprios e seus caminhos. Fui percebendo o quanto há uma inteligência nesse movimento, muito superior a tudo que achamos que sabemos e entendemos.
Percebi que é preciso fazer nossa parte, mas também é preciso deixar fluir, confiar no movimento da Vida. Observar aonde esse movimento nos leva. E tenho visto que ele sempre nos leva em direção ao que é necessário para a nossa evolução e transformação.
Mesmo quando ela nos leva a um caminho de dor, precisamos ser gratos, porque observando a vida aprendi o quanto ela é justa e o quanto de tudo que ela nos traz é motivado por amor. A vida é como uma mãe a cuidar do seu filho, e muitas vezes ela pode ser muito incompreendida também.
Mas precisamos confiar na experiência que ela nos proporciona e buscarmos entender os ensinamentos. Então descobriremos que, além de mãe, a vida é a melhor professora que poderíamos ter.
E finalizo com a frase de uma grande amiga e admiradora dos astros, chamada Jane:“A maior lição que podemos aprender na vida é confiar e entregar pro ritmo natural dela. O que está no teu caminho virá e nada pode impedir. Quanto mais a gente se curva diante da força da Vida, mais recebemos dela!”
(*) Psicóloga, psicodramatista, terapeuta sexual, palestrante, especialista em Brainspotting e EMDR.