A Secretaria de Saúde recebeu nesta semana do governo federal 25 mil doses da vacina contra a febre amarela. O quantitativo faz parte da remessa mensal e é distribuído de acordo com a demanda de cada região administrativa. Segundo a pasta, lotes extras estão sendo enviados pelo Ministério da Saúde prioritariamente aos locais com maior incidência de casos, como Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
“Nossa situação é bastante confortável. A vacina é a forma mais eficaz de prevenção, e o DF faz imunização regular desde 1980, o que diminui os riscos de um surto”, tranquiliza a gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização, Olga Rodrigues.
Em situação normal são aplicadas de 14 a 20 mil doses por mês na capital do País, e o que sobra fica no estoque da secretaria. Neste mês, por conta do aumento de casos em outras unidades da Federação, a procura nos postos do DF pode ser maior. Por isso, nos centros de saúde onde o estoque está baixo ou acabou, a pasta de Saúde tem feito reposições periódicas.
Quantas vezes se vacinar contra a febre amarela
A vacina deve ser administrada duas vezes durante a vida — antes, o Ministério da Saúde recomendava que fosse a cada dez anos, mas houve uma mudança de entendimento. “Em crianças, a vacinação é feita aos 9 meses e reforçada aos 4 anos. Se for depois disso, ela é aplicada uma vez e reaplicada após dez anos. Não precisa ser renovada para manter a eficácia”, explica Olga.
Quem precisa ser imunizado
Embora o DF não apresente surto da doença desde 2008, quem planeja viajar nas próximas semanas deve ficar atento a algumas orientações. Pessoas que nunca receberam a vacina ou tomaram apenas uma dose há 10 anos ou mais devem procurar uma unidade básica de saúde, que possua sala de vacinação. A medicação tem de ser administrada 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco.
Quem tomou a primeira dose há menos de 10 anos pode aguardar até que se complete esse período para a reaplicação. As salas de vacinação no DF oferecem a imunização o ano todo de forma gratuita. A injeção é contraindicada para gestantes, pessoas com o sistema imunológico debilitado e alérgicos a gema de ovo.
Casos de febre amarela no DF
De acordo com a Secretaria de Saúde, Brasília não sofre com um número alto de casos de febre amarela desde 2000, quando houve o surto mais grave na cidade, com 40 registros — 38 deles de moradores de outras unidades federativas diagnosticados no DF.
Em 2008, foram 13 diagnósticos da enfermidade na capital. Após esse período, a cidade não teve infecção por febre amarela em residentes. Em 2015, as regiões administrativas anotaram três casos importados de outras localidades brasileiras.
O histórico dos últimos três anos mostra um aumento no número de imunizações. Em 2014 e 2015, foram aplicadas, respectivamente, 105.123 e 181.051 doses. Dados preliminares de 2016 somam 191,2 mil injeções.
Características e sintomas da febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida somente pela picada de mosquitos. É comum em macacos, os principais hospedeiros do vírus.
É dividida em febre amarela silvestre ou urbana. No primeiro tipo, o vírus passa do macaco para o mosquito e depois para o homem, em ambientes de matas e vegetações. Já a urbana ocorre nas cidades, podendo ser transmitida pelo Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue, do zika e da chikungunya.
Os sintomas da doença incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, náuseas e vômito. Em alguns casos, a doença pode evoluir, após um breve período de melhora. Surgem então sintomas como icterícia (coloração amarelada da pele), hemorragia, choque e insuficiência de múltiplos órgãos, podendo levar à morte do paciente.
Já nos primeiros sintomas, deve-se procurar ajuda médica. Não há nenhum tratamento específico contra a doença, só os sintomas são tratados.
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