É raríssimo encontrar bons profissionais entre pessoas que não gostam muito do que fazem, em qualquer ramo de atividade. Esta afirmação explica quase totalmente o sucesso da Boina Costelaria, em Águas Claras. O paranaense Nereu Santos adora seu ofício: assar na brasa, por seis horas seguidas, as costelas que serve em seu restaurante. E tendo por perto sua esposa e sócia, Ana Paula Silva.
Nereu Santos não se cansa de falar sobre costelas, a churrasqueira de nove metros do restaurante, brasa e tudo que envolve churrasco. Ele começou a ter como um negócio, em 2008, o que antes era feito apenas por lazer e divertimento. Durante quatro anos, ele mesmo assava costelas com o auxílio de Ana Paula.
Curitiba – O início teve o incentivo dos amigos em torno de churrasqueiras caseiras. Diante da excelência de seus churrascos, ele sempre ouvia a pergunta: “Por que você não faz para vender?”. Na ocasião ele já assava costelas em Curitiba. E nas reuniões em casa, todos percebiam sua satisfação diante das brasas. As mesmas reações, o comerciante percebia entre os colegas de farda do Exército ― chegou à patente de 2º subtenente. Daí veio o nome do restaurante, referência à boina da corporação.
As perguntas dos amigos transformaram-se em realidade. Hoje, ele recebe de volta o reconhecimento dos fregueses, num negócio que também foi afetado pela crise em que vive o País. O que não o abate. Em janeiro de 2016, Nereu Santos mudou o estabelecimento de endereço. Num espaço mais amplo e de grande visibilidade, há agora 102 mesas, quase o dobro do que havia onde começou o negócio. “São 408 pessoas sentadas”, contabiliza.
Crise – Com orgulho, Nereu Santos discorre sobre novo prédio. E conta que, mesmo na crise atual, resolveu dar mais um passo adiante. A decisão de ampliar o restaurante foi compartilhada com a sócia, obviamente, em reflexões feitas durante conversas do cônjuge. “Quando o País sair desta situação, já estamos preparados”, disse à mulher.
Ana Paula ressalvou, na semana passada, que “gente que tinha mais poder de fogo do que nós, fechou”. Foi alusão ao número de empresários que faliram em decorrência da crise. E neste ponto, Nereu Santos fica mais satisfeito ainda ao contar que, mesmo no novo prédio, já houve filas de clientes nos finais de semana. “Especialmente na semana de pagamento”, salienta.
Paciência é um dos principais ingredientes
“Sempre gostei de assar costela”, frisa Nereu Santos. Entre vários detalhes sobre o prato, ele fala que numa “peça” há quatro sabores. Paladares realçados com a simplicidade da forma de assar. “Só é preciso ter paciência”, sublinha o comerciante. Ele coloca a própria mão entre a brasa e as peças para verificar a temperatura.
“Estou há oito anos (no comércio) e não apareceu concorrente à altura”, orgulha-se. E emenda: “Pouca gente sabe fazer”. Segunda-feira (9), o técnico em meio ambiente Rogério Marinho, disse que tanto ele quanto a esposa, a agrônoma Gláucia Marinho, concordam com as avaliações de Nereu Santos: “Está aprovado”. Marinho diz que só não come mais porque precisa fazer dieta para emagrecer.
Ofício – Nereu Ramos conta que ele próprio treina os churrasqueiros. Atualmente, ele tem dois para cuidar das costelas. Um deles, Diones da Costa Fernandes, está há um ano no ofício. Mas antes de conhecer a arte do patrão, já contava com sete anos de trabalho em churrasqueira.
Nereu Ramos também adora falar sobre o que chama de “harmonia” do ambiente. “Concreto polido, telha de cerâmica à vista, mesas de madeira maciça. Ideal para comer a costela”, detalha. E repete que não cobra taxa de serviço de 10%. O Boina Costelaria fica Avenida Areal, 498, perto do Pistão Sul, em Taguatinga.
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