É verdade que até domingo (5) tudo pode mudar. Da mesma forma que os acordos firmados até lá também podem sofrer alterações até quando do registro das candidaturas partidárias e das coligações na Justiça Eleitoral, no dia 15.
Mas, pelo cenário do final da tarde desta terça-feira (31), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o PT têm motivos para estarem otimistas com suas possibilidades de chegar ao segundo turno das eleições de outubro.
Depois da desistência de Jofran Frejat (PR) de concorrer ao Palácio do Buriti, oficializada há exatamente uma semana, foi anunciada há pouco a quarta chapa no espectro dos aliados dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (PR).
O Pros havia se adiantado confirmando a dupla Eliana Pedrosa como candidata a governadora, tendo o ex-distrital Alírio Neto (PTB) como vice. Outras pequenas legendas gravitam em torno dos dois para formar a chapa proporcional. As duas vagas para o Senado estão em aberto.
Cristão novo na direita, o senador Cristovam Buarque (PPS), que tem como único objetivo sua própria reeleição, bancou um acordo em que o deputado Rogério Rosso (PSD), ex-governador biônico, tentará voltar à cadeira que ocupou em mandato-tampão de nove meses e não deixou boa impressão junto à opinião pública e ao eleitorado.
Tentando ocupar o vazio deixado por Frejat, o MDB apresentou o nome do ex-presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha. Anna Crhistina Kubitschek, filha de JK, o fundador de Brasília, seria a sua número 2. Mas o marido dela, empresário Paulo Octávio (PP) não confirma a aliança. Ele trabalhava pela união do grupo.
Esta união fica ainda mais comprometida a partir da decisão do presidente regional do Democratas, deputado Alberto Fraga, de sair candidato ao GDF. Ele tem, inicialmente, as bênçãos do ex-líder nas pesquisas de intenção de votos, Jofran Frejat (PR), e contará com o presidente local do PSDB, deputado Izalci Lucas, para o Senado. A vice pode ser ocupada por alguém do PR – o deputado federal Laerte Bessa ou Flávia Arruda, mulher do ex-governador Arruda.
Além dessas quatro candidaturas, os votos da direita ainda precisam abastecer candidaturas como as do general Paulo Chagas (PRP) e de Paulo Thiago (PRTB), além de Alexandre Guerra (Novo).
Enquanto isso, o campo da esquerda e centro-esquerda, onde gravitam o PT e o PSB, tem concorrentes de menor potencial de votos, como o indeciso PDT de Peniel Pacheco, o PSol, da enfermeira Fátima Sousa, e o professor Guillen, do PSTU.
Diante deste cenário, Rollemberg, mesmo diante de altos índices de rejeição ao seu governo, passa a reunir reais possibilidades de disputar o segundo turno. O mesmo ocorre com o PT, que lançou o economista Julio Miragaya. O partido, historicamente, conta com no mínimo 20% do eleitorado brasiliense.