Na terça-feira (28), todas as centrais sindicais do Brasil – CUT, Conlutas, Intersindical, CSB, NCST, UGT, CTB e CGTB, além da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo – reuniram-se numa plenária no Sindicato dos Bancários do DF e reforçaram a importância da greve geral do dia 14 de junho. Analisaram a situação do país e as propostas do governo e concluíram que é preciso construir o movimento grevista.
Representantes de todas as entidades entendem que a unidade contra a reforma da Previdência e outros “desgovernos do presidente Jair Bolsonaro” é fundamental e que todas as ações dele reforçam a necessidade da greve geral no dia 14 com participação massiva de todos os trabalhadores do país.
“Nos próximos dias, precisamos fazer uma grande mobilização e uma greve exitosa, que consiga dar uma resposta clara a todos os ataques do governo Bolsonaro. No dia 14 de junho, entidades do campo e da cidade, do setor público e privado, do Distrito Federal e do Entorno farão uma grande paralisação. Iremos parar um dia inteiro para evitar o retrocesso de uma vida toda”, disse o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
A greve geral do dia 14 será em defesa da aposentadoria, contra os cortes na educação e por mais empregos. E envolve todas as centrais sindicais. Na opinião da diretoria colegiada do Sinpro-DF, a greve tem extrema importância para a classe trabalhadora, que está mobilizada na defesa de seus direitos, direitos trabalhistas e, principalmente, na defesa da Previdência Social e no direito à aposentadoria.
“A tentativa de reforma da Previdência do governo Bolsonaro significa o fim da aposentadoria. Será o fim do direito do trabalhador de gozar do benefício conquistado no século passado, de se aposentar. Por isso, o 14 de junho precisa ser um dia de intensa mobilização de todas as categorias para que a gente possa dar um basta a essa tentativa de reforma”, afirma Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF.
“As pessoas não conseguirão atingir o direito de se aposentar pelas regras que estão tentando estabelecer”. Rosilene Corrêa, Diretora do Sinpro-DF
Ela explica que está em curso uma das mais fortes e intensas campanhas de desinformação já veiculada pelos meios de comunicação – rádios, TVs, jornais e mídias eletrônicas. A campanha repete à exaustão, por articulistas políticos de todos os meios de comunicação, que há um rombo na Previdência e que esse rombo tem de ser resolvido com uma reforma.
“Não existe esse rombo. Uma CPI feita no Senado Federal, no ano passado, demonstra que o principal déficit da Previdência deriva da sonegação de empresas que deveriam pagar e não repassam os valores previdenciários, e não das pensões e benefícios que são pagos aos trabalhadores”, afirma a diretora.
Ela explica que essa disputa de narrativas se dá em censos comuns, em verdades sem comprovação e que no próprio governo não dá nenhuma informação, nenhum dado concreto que justifique a necessidade de reforma, uma vez que os próprios cálculos e números do governo estão ocultos para o conhecimento de todos.
“É importante esclarecer que o pagamento das futuras aposentadorias não está comprometido, como dizem o governo e a mídia. Essa narrativa é uma tentativa de criar um temor na sociedade, causar um terror, um pânico, que coloca a sociedade a aceitar um prejuízo contra a possibilidade de nenhum benefício. Mas, o que vai acontecer de fato é que as aposentadorias não serão concedidas. As pessoas não conseguirão atingir o direito de se aposentar pelas regras que estão tentando estabelecer”.