Gabriel Pontes
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Mortos, feridos, desaparecidos. Córregos entupidos de lama, cidades sem abastecimento de água, vegetação destruída e patrimônio histórico soterrado. Peixes enterrados na lama, gado morto à beira das estradas e um prejuízo que aumenta a cada segundo e pode trazer consequências catastróficas na bacia hidrográfica brasileira. São muitas as consequências do rompimento das barragens do Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, na localidade de Bento Rodrigues, em Mariana-MG.
Os dias passam e cada vez mais brasileiros se perguntam ‘quem é que vai pagar por isso?’. A resposta, além de trágica, é simples, óbvia e repetitiva. Quem vai pagar por isso é você, cidadão brasileiro. Principalmente aqueles que moram próximos ao local da tragédia. Toda a economia dos municípios próximos à Mariana está comprometida. As escolas suspenderam as aulas, os cultivos agrícolas estão todos perdidos, cidades como Governador Valadares (MG), Baixo Gandu (ES) e Colatina (ES) tiveram o abastecimento de água interrompido e mais de 300 mil pessoas sofrem com a escassez de água na região.
E o governo? Como sempre longe de tomar uma atitude que diminua a dor ou realmente beneficie a população brasileira. A presidente Dilma Rousseff só visitou o local do desastre depois de sete dias, duas mortes e sete ‘desaparecidos’. O governador Fernando Pimentel, que recebeu R$ 3 milhões da Vale (sócia da Samarco) para sua campanha política, fez um pronunciamento direto da sede da empresa que causou o colapso na região – onde está a ética? – e não anunciou sansão alguma à Vale. O poder público não deveria fiscalizar, punir e proteger o povo?
Por fim, na quarta-feira (11), uma semana depois, a presidente anunciou a multa da Samarco em míseros R$ 100 milhões. Menos de 24h depois, após ter virado piada, subiu a punição para R$ 250 milhões – que continua não representando nada no lucro de R$ 954 milhões que a Vale teve apenas em 2014. A própria Vale prometeu investir R$ 2 bilhões na reestruturação da região. O restante do montante que será usado para voltar a dar dignidade aos moradores será pago pelo Tesouro Nacional – ou seja, nós. Quem vamos pagar por isso, então?
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