No começo do ano passado, oito pastores cometeram suicídio, e há denúncias constantes sobre más condutas de líderes religiosos. Por que isto acontece?
Porque a formação, além de ruim, vem desacompanhada de apoio psicológico, notadamente do autoconhecimento, do crescimento, com suas crises e superação, da atenção constante que se deve ter consigo mesmo e da prática do bem desapegado de recompensas reais ou simbólicas.
Jesus ensinou: amor ao próximo como a si mesmo, oração e perdão; e Mestre Buda, além do amor ao próximo, que ele chamava de compaixão, pregava o desapego e a meditação.
Jesus também recomendava o “orai e vigiai”, para não cairmos em tentações, porque somos seres desatentos. Mesmo em queda, não perceberemos se: nos culparmos, culparmos os outros ou justificarmos nossas más ações.
As maiores causas de fracassos são: sexo, ambição e vaidade. O líder religioso vive cercado de pessoas emocionalmente carentes, que o assediam ou são assediadas por ele. Principalmente, casadas ou menores, cujo escândalo é de difícil reparação para a imagem do líder.
Pode haver também o deslumbramento com a possibilidade de enriquecimento fácil e o líder deixar a atividade religiosa em segundo ou terceiro plano. Há ainda o perigo de gostar dos elogios que recebe, ter delírios de grandeza, fascinar-se, e perder a noção de si e da realidade.
Este é o estrago que a vaidade faz.
O bem é contagioso. O mal também o é. E muito mais, porque somos seres atrasados, desatentos e, regra geral, valorizamos mais o negativo do que o positivo.
“A quem eu comparo esta geração?”, perguntava Jesus. E ele mesmo respondia: a crianças brincando em folguedos”.
Então, busque permanentemente boas leituras, boas atividades, boas companhias para trocar ideias. Aperfeiçoe-se constantemente e afaste-se de pessoas queixosas, negativas. Ou você, sem perceber, ficará igual a elas e cairá.
Na busca do bem, caminhe, esqueça o tempo e o resultado ou desistirá. Cada erro, cada equívoco seu e dos outros deve ser encarado como lições.
Então, “caminhe, até que não haja mais nem o caminho e nem você, e só exista o caminhar”.