1997. Santa Maria surgira de um assentamento. Ruas de chão, água em chafarizes transportada em latas e baldes. Longas filas se formavam em torno das bicas. Havia apenas um posto de saúde para tanta gente em condições tão precárias. Qualquer problema de saúde, o caminho era o Hospital Regional do Gama.
Ali nasceu um dos mais revolucionários programas de Saúde Pública do DF – o Saúde em Casa. Da junção de experiências internacionais realizadas na Inglaterra, na China e em Cuba, Brasília executou um modelo de assistência que reduziu as filas hospitalares, baixou as taxas de mortalidade infantil e materna, ampliou as coberturas vacinais e deu atendimento domiciliar a gestantes, nutrizes e idosos. Acusado de ser medicina petista, o programa foi extinto no governo Roriz, em 1999. Quatro mil profissionais foram demitidos.
Mapeamento – Um dos segredos da eficiência do Saúde em Casa foi o mapeamento dos assistidos. Para cada mil residências, uma equipe de 10 profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagens e agentes comunitários de saúde). Cada agente era responsável por 250 casas, e ele precisava ser morador da localidade. Com o levantamento do perfil da população, sabia-se quantos hipertensos, diabéticos, gravidas, deficientes físicos, mentais, crianças menores de 5 anos, imunodeprimidos, lactantes existiam na comunidade.
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