Sob o título Escola do Crime, a revista Veja publicou na última semana uma reportagem, baseada em pesquisa sobre o avanço da ação dos criminosos em nosso País. Depois de analisar 1.306 processos de duas penitenciárias de segurança em São Paulo, constatou-se a estarrecedora realidade: os bandidos no Brasil saem da cadeia muito mais perigosos do que quando entraram. O estelionatário se torna traficante; o contrabandista, sequestrador; e o ladrão vira assassino, como ocorreu com o menor H.A.S., que passou 13 vezes por instituições do Estado antes de ser preso por matar, recentemente, a facadas, o médico Jaime Gold, que pedalava em sua bicicleta no asfalto da lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.
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Essas mortes, praticadas à mão armada, multiplicam-se a cada dia, e 80% desses crimes são de autoria de “menores”, com o cálculo equivocado de que têm menos de 18 anos de idade cronológica, quando, na verdade, já são “velhos” na idade mental, porque praticam crimes, impunemente, desde o início da adolescência. Eis porque deveriam ser presos e condenados como perigosos homicidas, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos e em outros países do primeiro mundo.
A propósito, é de arrepiar de medo a conclusão da coleta realizada por Veja. Aliás, insofismável, com argumento aritmético de que os números não mentem jamais, ao contrário do baralho de uma cartomante: 0,8% dos que foram presos pela primeira vez, condenados por assassinato (homicídio), ao cumprir a sentença e adquirir a liberdade, aumentaram a incidência de mortes para 30%; os 0,7% dos que roubaram e mataram (latrocínio), depois da temporada atrás das grades também ampliaram seus crimes para 14,4%; dos 0,1% dos que sequestraram, intensificaram seus atos em nada menos de 14%; quanto aos traficantes, dos 12% condenados, ao retornar à sociedade de consumo, subiram seu trânsito lucrativo para 39%.
Quer dizer: pelo ritmo do andor, favorecido por essa legislação penal ultrapassada, que pune quem furta dois quilos de carne para matar a fome do filho, a tendência é chegar aos 100% de criminalidade nos próximos anos. E só nos resta apelar a Deus, que, dizem, é brasileiro: que Ele nos acuda, antes que seja tarde! Ou vamos todos fugir para Pasárgada…(*)
(*) Por favor, o último que for embora não esqueça de apagar a luz do aeroporto.
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