Orlando Pontes
Na política, como na vida, tudo tem um preço. Considerado a maior ameaça à reeleição de Ibaneis Rocha (MDB) até o mês passado, o senador José Reguffe (União Brasil) sucumbiu prematuramente da disputa, por não ter legenda para concorrer.
Autonomia – Em março deste ano, ele se filiou ao UB confiando no compromisso de que disporia de muitos milhões de reais para a campanha e que teria autonomia para formar as chapas majoritária (vice e senador) e proporcional (deputados distritais e federais).
Troca – Mas nada disso se confirmou. Na reta final antes das convenções partidárias, após intensas negociações do presidente regional da legenda, Manoel Arruda, com Ibaneis, o UB optou por apoiar reeleição do atual governador.
Consolação – Como prêmio de consolação, o UB ofereceu ao senador a opção de concorrer à Câmara Federal (na verdade, esta sempre foi a intenção do partido, que investe na formação de grandes bancadas federais para aumentar sua cota nos fundos partidário e eleitoral).
Decepção – Mas, entre os correligionários de Reguffe ficou a decepção por perder o maior puxador de votos do partido no DF. Alguns anunciaram desfiliação imediata. Outros tentarão juntar os cacos e seguir em frente.
Premiação – Esperam, lá adiante, mesmo que não obtenham sucesso nas urnas, alguma compensação nos espaços prometidos por Ibaneis a Manoel Arruda numa eventual segunda gestão do emedebista.
Onde? – Em caso de cumprimento do acordo Ibaneis-Manoel Arruda, o União Brasil comandará duas grandes empresas públicas do GDF – uma da área imobiliária e outra do ramo financeiro.
Dúvida – Isto não afasta a dúvida de muita gente quanto a qualquer outro tipo de compensação imediata supostamente obtida pelo cacique do União Brasil…