Você toparia, caso ganhasse um salário mínimo, se livrar de 1% dele (coisa de 15 reais e poucos centavos) para ajudar aqueles que, como na canção do Gil, quando almoçam não jantam?
Trata-se, evidentemente, de uma situação absurda, falada sem nenhum traço do economês usado por 11 entre dez tecnocratas. Afinal, quem ganha uma remuneração dessas pode estar na mesma situação do outro – talvez menos dramática – pois, quem sabe?, o assalariado talvez esteja, pelo menos, almoçando diariamente. Ou não.
Agora, fosse você um abastado trilionário, concordaria que tirassem, da forma como foi proposto acima – 1% do que ganha para ajudar a esses mesmos miseráveis? Ora, aí – sempre longe do economês – não estamos falando de centavos de reais, mas de alguns milhões, bilhões de dólares. Ou euros.
Como já definiram por aí, os megatrilhardários são aqueles que não se cansam de encher seus armários com roupas que nunca usarão; são, também, aqueles que têm coisas inúteis num lugar qualquer da casa, só pra conferir, vez por outra, se elas continuam por lá.
(O 1% em questão vai como modelo só pra lembrar que este é o número de pessoas que retêm uns quase 100% da riqueza do mundo. Parece que é muito. E é.).
Lembrando: A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais continua dando os ares de sua graça, agora fazendo um roteiro pelo interior do estado vizinho. Mas a situação continua braba.