E por falar de amor, sem dor
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O amor nem sempre se despede com hora marcada, mas se afasta com pequenos avisos. É preciso ter cautela em reconhecer quando os passos, embora ainda próximos, já caminham em outros destinos.
Tenho uma amiga que me confidenciou o fim do casamento de vinte anos. Não se divorciaram, não saíram de casa, não deram mãos a novos pares, não declararam votos de despedida, pois perderam a coragem, deixaram as vozes no altar. Os dois consentem, em silêncio, que acabou, mas ainda dormem juntos, guardando em segredo que sabem que o outro não quer mais ficar.
É, meus queridos, amor e relacionamento nem sempre marcam caminho juntos, e o que fica para trás sempre se perde em horas de dor, até se reencontrar. O grande problema do fim é prender-se na busca pela emoção do começo. Às vezes, a gente luta para manter algo que foi, lá atrás, no passado, quando, na verdade, relacionamentos são pactos diários.
É o que é hoje e, por mais bonita que tenha sido nossa história com alguém, é o bem que está sendo feito no presente que nos mantém unidos.
Amar é um exercício de encaixe, não de desequilíbrios. Tire o amor da corda bamba, escolha de qual lado do muro você quer morar. Se você o quiser, se você acha que ainda vale a pena, salve esse amor, reconstrua a sua relação.
Não é tarde se a gente deixa de lado a covardia, se a gente vai sem medo até onde for para resgatar o que ainda pode nos fazer sorrir. E, se achar que não mais, se reconhecer que acabou, tenha coragem diante do que não pode mais permanecer e desengasgue os seus sentimentos. Não se mantenha em algo que não lhes faz mais feliz.
Abre seu coração para o novo, porque ele está vivo ai dentro, querendo sentir as coisas que ainda possam valer a pena. Talvez apareça um cara novo, que ainda nem chegou. Talvez até não apareça ninguém. Mas, é melhor viver com o coração livre pra ser feliz, a viver com ele preso ao que não sorri mais.
Cuidado com as pontas das facas, não vá dar murros para ferir-se sem conseguir estancar. O fim de uma relação não é assinar o divórcio. Não é separar as casas. Não é tirar a escova de dente do armário. O fim é quando a convivência se foi. Quando a intimidade se torna uma estranha dentro de casa. Quando o amor não troca mais o olhar.
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Não adianta insistir em dividir o mesmo espaço, quando já não dividem a mesma vida. Então, pense bem, a gente luta para não acabar com o quê? Algumas coisas já se foram. E é preciso enxergar.
E não há amor que foi embora que ainda valha a pena dos nossos sacrifícios. Se a vida, que é esse sopro, acabar no próximo segundo, que a sua última lembrança seja o seu sorriso.
Eu que parti, pode avisar
Sou o cara para você
Quero alguém que me namore