Secretário Nacional de Meio Ambiente do PT, negro, morador do Morro Azul, em São Sebastião, filiado ao partido há 20 anos, Saulo Dias, 38 anos, é o mais recente postulante a presidente regional da legenda. Ele confirmou sua pré-candidatura ao Brasília Capital nesta sexta-feira (18). O pleito está marcado para 6 de julho, simultaneamente à eleição da futura direção nacional.
Considerado um “militante petista raiz”, Saulo iniciou a campanha atacando as três candidaturas já postas. “Antônio Sabino e Rejane Pitanga ainda pensam com a cabeça do PT dos anos 1980”, diz ele em relação aos concorrentes do Bloco Popular e de Base (BPB) e da CNB (Construindo um Novo Brasil).
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Mas a crítica mais contundente ele reserva para o pré-candidato independente Guilherme Sigmaringa Seixas, de 39 anos, apresentado por lideranças históricas – entre elas o deputado distrital Chico Vigilante, da Articulação Unidade na Luta – como “sangue novo” para “oxigenar” o PT, mesmo discurso do recém-chegado Marivaldo Pereira, da Mobilização de Luta Popular, também apoiador de Seixas.
“O Guilherme é, de fato, um rapaz bem preparado, com ótima formação. Mas é um ilustre desconhecido da nossa militância. Ele não sabe para que lado fica o Sol Nascente/Pôr do Sol, na Ceilândia, e muito menos o Morro da Cruz, em São Sebastião. Portanto, não está preparado para presidir um partido com a história do PT no DF”.
Pé na lama – Dias é integrante do Movimento Nova Tendência, sucedâneo do Movimento PT, que tinha como expoente no DF o ex-deputado Geraldo Magela, pré-candidato a governador, que, no momento, não faz parte de nenhuma corrente interna da legenda.
O pretendente a comandante do PT-DF foi o mais novo presidente de uma zonal da legenda no País (São Sebastião), com apenas 21 anos, participou do Diretório e da Executiva regionais e do Diretório e da Executiva nacionais, e hoje é secretário Nacional de Meio Ambiente da agremiação.
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“Passei por todas as instâncias partidárias. Sou um filho forjado na luta tradicional do PT, e não um filho criado por inseminação artificial, que nunca pôs o pé na lama das periferias de Brasília”, afirma Saulo Dias. E conclui: “Vim para causar. Meu compromisso é fazer com que nossa militância volte a ter protagonismo”.