Chamado nas redes sociais de 15M, numa referência à data de hoje, um megaprotesto em pelo menos 20 capitais — embora em muitas delas não haja número elevado de confirmações — e em duas cidades do exterior (Paris e Santiago) é organizado por dezenas de organizações da sociedade civil. A onda de manifestações contra a Copa do Mundo, a apenas 28 dias do evento, acende o sinal de alerta do Palácio do Planalto, que pretende observar a mobilização como um preparativo para os atos públicos que devem ser realizados durante o Mundial.
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Na pauta de reivindicações das entidades, congregadas em comitês populares da Copa, estão itens específicos relacionados aos jogos, tais como moradia para todas as famílias removidas em virtude das obras de estádios e fim da higienização das ruas das grandes capitais que receberão turistas. Em outra frente, categorias profissionais descontentes devem se juntar aos movimentos sociais. Ontem, no Rio de Janeiro, houve 18 ônibus depredados, em protesto de rodoviários em greve. No Recife, policiais militares também cruzaram os braços. Eles querem 50% de aumento no salário base. O governo de Pernambuco se reuniu para avaliar duas medidas: acionar a Justiça contra os grevistas e pedir ajuda da Força Nacional.
Além de observar as manifestações de hoje, o governo decidiu agir, de forma mais prática, para tentar assegurar a tranquilidade durante a Copa. Na noite de terça-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) garantiu, por meio de uma liminar, o veto ao direito de greve da Polícia Federal no período do evento, sob pena de multa diária de R$ 200 mil. Agentes, escrivães e papiloscopistas vêm reivindicando reajuste salarial perante o governo, em uma negociação que já chegou à Secretaria-Geral da Presidência da República. Ainda não há um posicionamento em relação às demais categorias, mas a AGU ressalta, em nota, que a “atuação judicial dependerá de aferição de prejuízo ao serviço público caso a caso”.