Cristovam Buarque (*)
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Neste domingo, 5 de outubro, é o dia das eleições brasileiras. Porém, é lamentável que os candidatos à Presidência da República se fixem somente nos problemas do presente e não apresentem propostas para o futuro que façam a mudança e a revolução de que o país necessita.
Até o momento, nenhum presidenciável disse como resolverá o problema da escassez de água nem como tornar o Brasil um país pacífico, em vez de simplesmente melhorar a segurança.Eles não dizem o que fazer para melhorar a qualidade de vida do brasileiro nem para solucionar os problemas que o país terá com o aumento da população idosa, nem para garantir o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente.
Os candidatos poderiam inspirar-se em Juscelino Kubitschek, que tinha propostas para o futuro, como a política que ampliou e fortaleceu a indústria nacional. A gente não está vendo um JK pensando os próximos 50 anos. São candidatos que pensam no máximo as próximas 50 semanas do primeiro ano de governo. E aí a gente não vê temas fundamentais.
Percebo que o debate está extremamente frágil, imediatista e frustrante. Por isso, as pessoas não estão entusiasmadas com a eleição.
Onde estão as bandeiras dos candidatos que a gente via em profusão nas eleições passadas? Estão escondidas por falta de sedução nos discursos dos candidatos de hoje. Claro que houve também uma desmoralização da política. Mas eu acho que o que realmente está abatendo o eleitor é a falta de sonho, de propostas para o futuro.
(*) Professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF