Com mais de 20 mil assinaturas favoráveis, a proposta para criminalizar o funk no Brasil será discutida no Senado. O projeto de autoria popular foi proposto pela internet pelo microempresário Marcelo Alonso, 46, que considera o ritmo é um recrutamento marginal organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores e pedófilos.
O projeto não tem data para começar a ser debatido nem tampouco colocado em votação. Contudo, os debates vem ganhando força. O relator da matéria, escolhido por sorteio, é o senador Romário (PSB-RJ). \”É óbvio que vou rejeitar a proposta\”, adianta o parlamentar. \”Criminalizar o funk é criminalizar a cultura da periferia!\”, protesta.
O empresário autor da proposta, que abastece uma página chamada \”Funk é lixo\”, argumenta que o ritmo está sempre associado ao uso de álcool, drogas, além da violência e exploração sexual. Para Romário, no entanto, \”o funk é uma manifestação artística e cultural de uma importante parcela da população. Além disso, gera empregos e movimenta a economia. Não há motivos para censurá-lo\”.
Quem vive do funk alerta para o caráter de censura que a proposta carrega. “Este projeto é ridículo. O funk é cultura. Famílias inteiras, inclusive a minha, vivem do funk. O ritmo tem letras bonitas e músicas boas. Quem critica o funk não sabe o que faz\”, afirma a funkeira brasiliense Mc Bandida.
Atualmente, a SUG 17/2017 está na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. Para entrar em vigor, precisa ser aprovada pela CDH, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, pelo Plenário da Casa e, ainda, passar na Câmara dos Deputados.
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