Uma coisa não podemos negar: nossas vidas e relações estão muito diferentes depois que as redes sociais se consolidaram no cotidiano da sociedade. Hoje em dia, quando quer procurar um profissional e conhecer o trabalho dele, é muito comum que se busque informações na internet. Afinal, a ideia da rede social é mostrar aos nossos amigos virtuais a vida como ela é.
Porém, nem tudo é o que parece. Muitas vezes, o que mostramos nas redes sociais está totalmente enviesado. Ou seja, só mostramos o que escolhemos mostrar. E para os profissionais de saúde apenas os resultados positivos e casos de sucesso são evidenciados nas redes (esta reflexão também pode se aplicar a outras áreas).
Infelizmente, por outro lado, isto nos leva a crer que todos os resultados que aquele profissional – e agora me refiro mais ao nutricionista – teve foram incríveis. No entanto, sabemos que não funciona assim. A maior parte das pessoas falha nos processos relacionados à mudança de comportamento. Não é fácil.
E quando eu digo falhar, não significa que ela vai desistir, mas que o caminho é tortuoso. Não é uma linha reta e não é fácil alcançar um objetivo, ainda mais em quadros de doenças crônicas ou obesidade, também um processo crônico.
Considerando tudo isso, o que vemos hoje é o nutricionista como um profissional de saúde mais preocupado em vender sua aparência nas redes sociais ou em competir com os blogueiros, fazendo postagens sensacionalistas, quando, na verdade, deveria ser um profissional mais voltado para olhar para a saúde dos seus pacientes.
Nas redes sociais, o nutricionista deve ser uma autoridade em alimentação e nutrição. E quando digo autoridade, me refiro a mostrar seu conhecimento em prol da saúde da população. Afinal, não sabemos o real alcance das redes sociais. Portanto, entenda que essa é uma ferramenta que molda comportamentos e pode impactar na saúde das pessoas.
Então, se você é um nutricionista, valorize a ética profissional para mostrar o valor que a ciência da Nutrição tem.
Profissional de saúde ou blogueiro?
Nutricionistas estão preocupados em vender sua aparência nas redes sociais, quando deveriam se voltar para olhar para a saúde de seus pacientes
(*) Ex-presidente do CRN 1ª Região, Mestre em Nutrição Humana e doutoranda em Ciências da Saúde
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