Professores da rede pública do Distrito Federal deram início a uma greve geral nesta quinta-feira (15) em repúdio à suspensão do pagamento da última parcela do reajuste salarial concedido a servidores públicos de forma escalonada desde 2013. O governo alega não ter condições financeiras de arcar com os custos e prevê deixar de gastar R$ 400 milhões até o final do ano com a medida. A paralisação ocorre por tempo indeterminado.
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Com o ato, a categoria adere à greve do funcionalismo, que já abarca agentes penitenciários, agentes do Departamento de Estadas de Rodagem, agentes socioeducativos, técnicos e auxiliares em enfermagem, funcionários da limpeza, servidores do Procon, servidores das agências do Na Hora e servidores do Ibram.
Especificamente no caso dos professores, o reajuste foi dividido em seis parcelas. A última representa 13,8% do valor concedido e, com isso, os docentes que recebem o piso por 40 horas semanais, de R$ 4,8 mil, não passarão a ganhar os R$ 5 mil esperados.
Diretor do Sindicato dos Professores, Cláudio Antunes afirmou que não era possível fazer um balanço da adesão da categoria pela manhã. O DF tem 657 escolas públicas e 33 mil professores. Os 470 mil estudantes estudam em três turnos. O ato afeta ainda os centros de línguas, escolas técnicas e a Escola de Música.
\”A insatisfação é enorme, mas a adesão, pelo menos para o início dessa greve, deve girar em torno de 75%”, disse. “O processo de negociação está muito ruim. A gente espera que a situação vá avançando, mas, em geral, a gente vai à reunião, fala quais são os pleitos, eles escutam e vamos embora. Não existe nem uma proposta. É uma coisa surreal. Efetivamente não acontece nada.”
Nesta quinta, sindicalistas farão um ato público na Praça do Relógio, em Taguatinga, para explicar à comunidade as razões da paralisação. O grupo protesta ainda contra o não pagamento integral do 13º de professores novados, cobra o respeito à jornada de trabalho Haverá distribuição de panfletos e exposição de faixas.
“Não é que querem alterar a jornada de trabalho, mas há o risco de mexer na carga de coordenação pedagógica, aumentando o tempo de regência de classe e diminuindo o tempo de preparação das aulas. Hoje o tempo é de 37,5% para a coordenação. Se ela diminui, automaticamente isso vai levar a categoria a um esgotamento, vai causar problemas de saúde ao servidor”, explica.
A próxima assembleia da categoria, para definir os rumos da greve, está prevista para terça-feira.
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