A notícia da convocação para a equipe de arbitragem de bocha paralímpica para os Jogos Paralímpicos Rio 2016 foi recebida com êxtase pelo professor de educação física Loreno Kikuchi. “Há anos venho perseguindo isso. É um misto de muitas emoções, absolutamente inexplicável”, declarou ele, que embarca em setembro para o segundo maior evento esportivo do mundo.
Mineiro de Uberaba, Loreno está há dois anos em Brasília. O trabalho com o paradesporto teve início em 2003, durante a graduação. Ele contou que o incentivo veio da madrinha, Janaina Pessato, na época coordenadora de esportes de uma instituição para deficientes físicos da cidade. A paixão pelo trabalho levou Kikuchi a assumir o compromisso pela inclusão social dessas pessoas. “Influencio meus alunos pela ótica do esporte, encorajando-os sempre do seu potencial e da importância da inserção em todos os meios”, destacou.
Árbitro desde 2006, ele coleciona participações em competições esportivas nacionais e internacionais, como parapan-americano, opens e mundiais. “Para completar, faltavam os Jogos Paralímpicos. Uma graça única, que vai vir em alguns dias. Entendo que é a oportunidade para vivenciar esse momento, que é um sonho para milhares de pessoas”, completou Kikuchi.
Loreno integra a equipe pedagógica da Fundação Assis Chateaubriand, no Centro de Ceilândia (Setor O), onde atua como professor de pessoas com deficiência (CPD). O projeto é desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal. “Tenho nas veias sangue que arde em chamas pelo esporte competitivo, é o que me motiva e o que amo fazer. Minha participação nos Jogos Rio 2016 será uma motivação a mais para continuar desenvolvendo o esporte para pessoas com necessidades especiais.”
Esporte e inclusão
Os Centros Olímpicos e Paralímpicos contam com 17 modalidades voltadas para pessoas com deficiência (veja quadro). As unidades esportivas contam com uma estrutura adequada para recebê-las, além de profissionais capacitados para ministrar as aulas e os treinamentos, assim como a Gerência de Apoio Social (GAS), responsável por acolher e acompanhar o desenvolvimento desses alunos.