Associação Comercial do Df promove debate entre candidatos ao GDF. Troca de acusações mútuas confirma tendência de polarização entre governador Agnelo Queiroz e o ex, José Roberto Arruda
- Advertisement -
Desenvolvimento econômico
Arruda – Referindo-se ao “excesso de burocracia”, o candidato desferiu o primeiro golpe: “Brasília parou”. “Para que a cidade volte a crescer o GDF precisa profissionalizar a máquina pública, reduzir certas alíquotas de impostos.”
Agnelo – “A burocracia não vem de agora. Isso vem de governos anteriores; Brasília tem hoje a economia mais dinâmica do país”.
Educação
Arruda – “Em três anos do meu governo foram construídas mil salas de aulas em mil dias e instituímos educação integral em 200 escolas, projeto que foi destruído”. “Cinco mil alunos pobres estudavam em escolas particulares e eram monitores em escolas públicas, (projeto) que também foi destruído.” “Se for eleito, retomarei esses programas, inclusive com a construção de mais vilas olímpicas”
Agnelo – “Todos sabem como eu peguei as escolas e o DF, uma cidade na lama, desmoralizada, sem credibilidade. Tive que fazer um mutirão e reformar 300 escolas; acabei com as escolas de medeirite; construímos creches – havia só uma; construímos 28 e estamos construindo mais 112”. “Havia somente 1.200 vagas no ensino técnico e hoje temos 19 mil vagas”. “Injetamos R$ 1 bilhão por ano no plano de carreira dos profissionais da área de educação”.
- Advertisement -
Esporte
Arruda – “No meu governo iniciamos a construção de 12 vilas olímpicas, chegando, antes de ser apeado do governo, a concluir quatro delas. Quero construir mais 18”. “Construí 30 campos com grama sintética e vamos fazer mais 60. Cobri 100 quadras poliesportivas e vamos concluir mais 300”. “Sobre os Pontos de Encontro Comunitários, tudo que tem aí foi feito no meu governo; depois, Brasília parou; agora, é retomar”. “O sobrepreço da obra do Mané Garrincha, de R$ 1,3 bilhão, dava para construir 10 hospitais iguais ao que construí em Santa Maria, e que o seu governo não fez nenhum”.
Agnelo – “Hoje já são 248 escolas que funcionam em tempo integral e até 2018 todas as escolas públicas do DF funcionarão em tempo integral”. “Havia três centros olímpicos. Hoje, são”. “O estádio Mané Garrincha custou R$ 1,4 bilhão”. “O Hospital de Santa Maria estava atolado em irregularidades”.
Transporte
Agnelo – “Quando assumi, o transporte público era um caos”. “Enfrentei o cartel do transporte e fui o primeiro governador a ter a coragem de fazer licitação”. “Construí 400 quilômetros de ciclovias e o BRT, a linha de ônibus em corredor exclusivo de Santa Maria ao Plano Piloto, reduz uma viagem de mais de duas horas para 40 minutos”. “O transporte público estava entregue para os empresários de ônibus. Retomei a gestão; intervimos nas empresas; implantamos o BRT, que está em fase de implantação. Aprovamos o Plano Diretor do transporte público, que Brasília não tinha”.
Arruda – “O metrô é a solução. Nos anos 1990, quando eu era secretário de Obras, no governo Roriz, construí os primeiros 42 quilômetros. Quando governador, em três anos levei o metrô até Ceilândia e construí oito mega-estações. De 50 mil, passamos a atender 150 mil passageiros por dia. Nos últimos quatro anos, não se colocou um dormente a mais. Se meu governo não tivesse sido interrompido, hoje, teria levado o metrô até Santa Maria”. “Estive recentemente na Rodoviária do Plano Piloto conversando com passageiros e eles achavam o BRT “um pavor, um desastre”. “É fundamental continuar com o sistema metroviário”. “Se não tivesse sido interrompido, o VLT (veículo leve sobre trilhos) estaria rodando na W3”.
Segurança
Agnelo – “Meu governo contratou 4 mil policiais em quatro anos, investiu R$ 570 milhões em equipamentos e fez 22 mil promoções”.
Arruda – “Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, publicados pela revista Veja, os furtos em residências no DF cresceram 1.050%; roubo a transeuntes, 759%; e o furto de veículos, 1.276%”. “Minha primeira medida será o plano de carreira da PM e Bombeiros e da Polícia Civil”. “É preciso retomar a motivação dos policiais, resgatando a disciplina”. “Os postos policiais serão retomados”.
Saúde
Arruda – “Contarei com a competência do meu vice, Jofran Frejat, o melhor secretário de Saúde da história de Brasília”. “O Hospital de Santa Maria tinha 400 leitos e hoje é um caos”. “Projetamos as Upas, que foram interrompidas”. “Botarei os médicos cubanos para correr de Brasília”.
Agnelo – “Caos na Saúde foi o que eu peguei quando assumi o GDF. Chovia dentro dos centros cirúrgicos, fechados por contaminação com piolho de pombos”. Investi na Saúde R$ 5,7 bilhões e mais 15 mil servidores concursados assumiram”. “Precisaria de mais de 10 minutos para enumerar tudo o que fizemos nesse setor”.
Direto no queixo
Arruda – “A taxa de desemprego no DF é quase o dobro da taxa no Brasil, 92,6% maior do que a de Porto Alegre e 15% do que a da Região Metropolitana de São Paulo. Para desespero do setor produtivo, da classe empresarial, o comércio está parado e os investimentos na economia se retraíram. Concentrou-se tudo no tal estádio, um preço maluco, que precisa ser auditado. As pessoas estão sofrendo e o desemprego crescendo. Peço alguma sugestão para seu sucessor, para resolver isso”
Agnelo – “O desemprego em Brasília, pelo Dieese, é 12%; era 15%; 23%, no governo FHC (o tucano Fernando Henrique Cardoso)”. “Candidato ficha suja não pode participar das eleições”. (Perguntando a Rodrigues Rollemberg): “Como você se sentiu, como cidadão de Brasília, com a operação Caixa de Pandora, que levou o então governador à prisão?”.
Nocaute final
Arruda – “Fui preso, humilhado, porque recebi R$ 50 mil, em 2005, antes de ser governador. Já pensou se no meu governo entrasse alguém na minha antessala e devolvesse R$ 200 mil dizendo que era dinheiro de propina? Já pensou se eu tivesse as relações que você tem com Carlinhos Cachoeira (banqueiro do bicho)? Quero retomar meu governo e o desenvolvimento de Brasília”.
Agnelo – “Peguei esta cidade destruída, na lama, nas páginas policiais. Após dois anos, arrumei a casa, e estou fazendo mais do que o triplo de obras de qualquer governo anterior. E é só o começo”. “Vamos ampliar o metrô em mais seis quilômetros, até o fim da Asa Norte”. “Os ataques são mais desespero”.
Jogou a toalha
Agnelo se retirou do auditório quando a coordenação do debate concedeu direito de resposta a Arruda, por ele ter feito a última intervenção olhando diretamente para o adversário. “Direito de resposta só porque eu olhei para ele? Isso é um absurdo”.