O Banco Central (BC) confirmou as suspeitas de que o país está, de fato, se encaminhando para uma recessão. Em 2014, o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado um termômetro para o Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,12%, na série com ajuste sazonal, conforme números divulgados esta quinta-feira (12/02) pela autoridade monetária. Na série sem ajuste, a queda foi de 0,15%.
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Pelos números do BC, o país entrou em recessão em 2014. Pior do que isso. O desempenho do ano passado foi o segundo pior na última década. Apenas em 2009, o IBC-BR tinha registrado tombo maior, de 1,25%. Naquele ano, no entanto, o tombo da economia foi menor, de 0,3%. A diferença está na metodologia de comparação. Enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que é responsável pela medição oficial do PIB, avalia praticamente todos os setores econômicos, o IBC-BR é produzido com base em um conjunto limitado de informações, que contabilizam os resultados da indústria, do varejo, da agropecuária, além do recolhimento de impostos por empresas e famílias.
Por esses parâmetros, a economia também encolheu em dezembro, ao registrar queda de 0,55%, na série com ajuste sazonal. O resultado foi levemente superior ao que previa o mercado financeiro, que apostava numa queda de 1% frente a novembro, mas veio mais baixo do que esperavam os analistas, na comparação com dezembro de 2013. Para esse confronto, o mercado apostava numa leve alta, de 0,1% do índice, mas os números do BC mostraram uma realidade bem mais dura para a economia: queda de 0,12%. Na série sem ajuste, o desempenho foi positivo em 0,65%.
O resultado de dezembro consolidou a expectativa de desaceleração da economia para o ano passado, que será confirmada apenas no fim de março, com a divulgação do PIB pelo IBGE. Caso a queda de 0,12% se confirme, o país terá, oficialmente, entrado em recessão. O temor é justificado, principalmente, pelos maus resultados do indicador na virada do ano.
Apenas no último trimestre de 2014, a variação IBC-BR foi negativa em 0,15%. Foram duas quedas do indicador, de 0,17% e de 0,55%, registradas em outubro e dezembro, respectivamente. Mesmo em novembro, a economia ficou estagnada, com expansão zero.
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Em tese, esse é o período em que, tradicionalmente, a economia cresce mais, devido à maior produção da indústria para atender as encomendas de Natal. Não por acaso, analistas prevêem que o movimento fraco registrado na virada do ano poderá contaminar o desempenho da economia no início de 2015.
Para este ano, o consenso do mercado ainda é de que o PIB tenha variação zero. Mas, a julgar pelos prognósticos lançados pelos maiores bancos do país, que na última semana revisaram para baixo as previsões para o desempenho da atividade, essa estimativa tende a ser piorada. Itaú e Bradesco, as duas maiores instituições privadas do país, prevêem uma queda do PIB de 0,5%. Uma semana atrás, as apostas ainda eram de uma leve alta, de 0,5%.
Já os economistas do Credit Suisse apostam num tombo maior, de 1,5% este ano. Enquanto isso, para os analistas da Corretora Tendências, caso as ameaças de apagão e de racionamento rigoroso de água se confirmem, a queda poderá ultrapassar os 2% em 2015.