Os preços ao consumidor subiram 0,17% até a primeira metade de julho, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (22). Isso representa uma desaceleração em relação ao mês anterior.
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O IPCA-15, que é considerado uma prévia da inflação oficial, tinha subido 0,47% em junho; e 0,07% em julho do ano passado.
Dessa forma, no acumulado de 12 meses em julho, a prévia da inflação tem alta de 6,51%. A meta do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, variando entre 2,5% e 6,5% ao ano).
No acumulado do ano, entre janeiro e julho, a alta acumulada dos preços é de 4,17%.
Para o IPCA-15 de julho, especialistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam uma alta de 0,2% nos preços, em média.
Passagem aérea cai 26%; hotel sobe 28%
A queda nos preços do transporte foi a principal influência para a desaceleração da inflação em julho. Se no mês passado os preços tinham subido 0,5%, na primeira quinzena de julho eles caíram 0,85%.
O preço da passagem aérea recuou 26,77% na média nacional, ajudando a puxar a baixa dos preços. O transporte público ficou 2,63% mais barato, segundo o IBGE.
Por outro lado, a diária dos hotéis no período teve aumento de 28,63%, com destaque para as regiões metropolitanas de Fortaleza (com alta de 57,95%), Brasília (alta de 45,74%), e Rio de Janeiro (onde as diárias subiram 35%).
Inflação e juros
Economistas consultados pela Reuters afirmam que, meesmo com a inflação alta, o Banco Central não deve voltar a subir a taxa de juros neste ano.
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Foi a alta dos preços que motivou o BC a iniciar um ciclo de aumentos na Selic, a taxa básica de juros, que, em pouco menos de um ano subiu de 7,5% ao ano para os atuais 11%.
Em seus relatórios, o BC vem afirmando que a inflação deve continuar resistente nos próximos meses, mas deve perder força no próximo ano. Segundo o BC, os efeitos da alta dos juros demoram a ser refletidos na economia.
Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de junho a 14 de julho de 2014 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de maio a 11 de junho de 2014 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.