Todos os anos a indústria brasileira de transformação – que envolve mudança física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes para obter produtos novos – gasta cerca de R$ 130 bilhões com segurança privada e com perdas decorrentes de roubo de cargas e vandalismo, segundo estudo publicado hoje (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O documento Deficiência na Segurança Pública Reduz Competitividade do Brasil avalia que a redução de investimentos e o redirecionamento de recursos para gastos não produtivos, como os relativos à prevenção e combate ao crime, afetam o crescimento das empresas a longo prazo.
A estimativa é baseada em um dado do Banco Mundial, de 2009, que diz que 4,2% do faturamento anual das empresas brasileiras é consumido por gastos com segurança. Para chegar ao valor final (R$ 130 bilhões), a CNI considerou a receita bruta da indústria de transformação levantada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aplicou a porcentagem do Banco Mundial.
Segundo levantamento do Fórum Econômico Mundial, das 138 economias avaliadas, a brasileira está desde 2006 entre as 25% mais mal colocadas no indicador de custos com violência. Em 2015, o Brasil ficou atrás de países como Haiti, República Dominicana e Argentina.
Crise econômica – O estudo também defende que, com a crise econômica, os custos com crimes violentos aumentaram ainda mais nos últimos anos. Entre 2010 e 2015, o número de ocorrências de roubo e furto de carga no Brasil cresceu 64%. No mesmo período, houve aumento da demanda por serviços de vigilância e segurança.