Sob ameaça de endurecimento do Palácio do Planalto em relação a movimentos grevistas de agentes de segurança pública, policiais promovem hoje manifestação relâmpago. Pelo menos 13 unidades da Federação terão os serviços da Polícia Civil paralisados por 24 horas. O ato conta com apoio das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal — nesses casos, engrossando a marcha marcada para a tarde de hoje em Brasília. Cerca de 8 mil pessoas são esperadas na Esplanada. As lideranças do movimento alertam que este é apenas o primeiro aviso e que novas paralisações podem ser marcadas a depender do andamento das negociações.
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Interlocutores do governo afirmam que greves na área de segurança não serão toleradas. Caso os agentes de segurança continuem as mobilizações neste período que antecede a Copa do Mundo, o Planalto aposta na Força Nacional para driblar os efeitos das paralisações e garantir a tranquilidade do evento esportivo. Na semana passada, durante greve da Polícia Militar em Pernambuco, tropas da Força Nacional e do Exército foram convocadas para conter os saques e os crimes. O Exército, inclusive, está nas ruas da capital federal, em treinamento para a atuação durante o Mundial (leia mais na página 27). No entanto, não há sobreaviso em relação ao movimento das forças policiais.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que não acredita que haverá um movimento de policiais durante o evento esportivo. “Nós estamos apostando no bom-senso das pessoas. E acreditamos que essa movimentação não vai acontecer durante a Copa, porque acreditamos que as pessoas têm responsabilidade e sabem o que significa para o país um evento como esse”, disse. Segundo ele, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, conversou com comandantes das polícias e tem estimulado um “comportamento adequado”. Carvalho citou o episódio de greve em Pernambuco, onde houve saques e confusões, como exemplo dos prejuízos que a paralisação pode provocar “para o povo”. “E imaginamos não precisar usar nenhuma força para complementar esse serviço”, acrescentou.
Estados afetados
Unidades da Federação onde os policiais civis paralisam as atividades hoje:
» Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Distrito Federal e Tocantins
Unidades que não paralisam, mas apoiam o movimento:
» Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará e Santa Catarina
Programação:
» Os protestos começam por volta das 14h, em frente ao Museu Nacional da República, com a concentração da Polícia Civil do DF. A partir das 15h, manifestantes de outros estados se juntam a eles. O plano é seguir em passeata até o Ministério da Justiça, onde as lideranças do movimento pretendem entregar uma carta ao ministro José Eduardo Cardozo. No local, o grupo decidirá se caminha até a Praça dos Três Poderes.