DivulgaçãoA publicação feita
pela Agência Nacional de Mineração – ANM no último dia 18 de junho, surpreendeu
todo o setor de mineração Nacional.
No momento em que
acaba de ser criada a Frente Parlamentar Mista da Mineração e que a Câmara dos
Deputados está recebendo nomes de Parlamentares que irão compor a Comissão
Especial destinada a elaboração de um Novo Código de Mineração, surge
repentinamente a publicação de uma consulta pública de uma Minuta para
Procedimentos de Leilão de Áreas disponibilizadas pela Agência Nacional de
Mineração.
Esses novos
Parlamentares estarão incumbidos de discutir a nova legislação da mineração
brasileira e que irá apoiar as decisões do atual Governo nas políticas de
mineração. Qual o sentido de se fazer o Leilão em primeiro lugar e depois
mudar a legislação?
Vale lembrar que a
MP 790 de julho de 2017 que teve como relator da matéria o Senador Flexa
Ribeiro do PSDB do Pará, foi declinada pelo Congresso Nacional e trazia em seus
artigos justamente o Leilão de Áreas. Mesmo assim para surpresa de muitos, após
a caducidade da citada MP foi editado pelo Presidente Michel Temer o Decreto 9.406
de 2018 que, diga-se de passagem, acaba de sofrer revogação parcial em seu
texto na Comissão de Minas e Energia, o que significa a fragilidade do referido
Decreto.
Indiscutivelmente
a Mineração Brasileira deve ser tratada com muito cuidado, com programas
estratégicos para o uso dos minérios nacionais, estudos técnicos de economia
mineral para que possam servir de indicadores precisos de decisões de Governo,
porquanto Mineração é política de Estado, e assim deve ser tratada.
Desde a CPI de
1986 os pequenos e médios mineradores, que são eles todos nacionais, reclamam
do mau atendimento recebido no então DNPM e agora com o nome mudado para ANM,
ou seja, só do tempo do relatório final da CPI do Senado Federal até hoje já se
passaram 33 anos e nada mudou, ou melhor, para os mineradores nacionais só
piorou, o tempo de espera para uma Portaria de Lavra chega a 30 anos, tendo que
enfrentar ainda a falta de políticas de fiscalização que resulta na imensa
mineração ilegal no Brasil. Concorrer com o minerador ilegal é uma tarefa das
mais difíceis para o minerador que trabalha dentro da legalidade no Brasil.
Nós do IDM
Brasil entendemos que a Política Mineral Brasileira precisa de cautela
nesse momento. A solução não é nem de longe o Leilão de Áreas.
Precisamos de uma
análise rápida do impacto econômico sobre os mais de 200 mil processos que
tramitam na atual ANM e dos outros milhares de processos que possuem propostas
únicas e dos mais outros milhares que precisam ser julgados por comissão de
licitação e aí assim poderíamos discutir a forma adequada para disponibilidades
de áreas.
Outra situação a
ser discutida é se, as áreas leiloadas terão preferência sobre todos esses
milhares de processos ainda não analisados. A ANM será judicializada por
milhares de mineradores, não tenham dúvida disso.
Entendemos que o
foro adequado para qualquer discussão das novas políticas e novas legislações
minerais brasileiras é o Congresso Nacional, não se pode submeter a economia
mineral brasileira à convicção de cinco diretores, inobstante a biografia de
todos eles. Mineração é um setor estratégico e necessita de políticas
estratégicas. Cabe a todos nós do setor de mineração oferecer dados
precisos ao novo Presidente do Brasil para que ele possa tomar as decisões
corretas tanto para o Estado Brasileiro quanto para os milhares de mineradores
sedentos por produzir sustentavelmente nesse nosso Brasil.
Wagner
Pinheiro
Presidente
do IDM Brasil