Rodrigo Maia: “Não dá para votar essa matéria\”. Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reafirmou nesta quarta-feira (6) que ainda não é possível votar a reforma da Previdência, pois todos os partidos estão com dificuldade para reunir votos. Segundo Maia, a data de votação da reforma só será marcada depois do convencimento de um número significativo de deputados a favor da proposta.
“Não dá para votar essa matéria, ela é muito importante, ela tem impacto muito forte nas expectativas da sociedade. E a gente ir para uma votação com clareza de derrota, apenas para ter uma data, a gente vai estar gerando uma sinalização de que não há na Câmara uma responsabilidade fiscal majoritária”, disse Maia. Para que a proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera as regras de acesso à aposentadoria seja aprovada, são necessários pelo menos 308 votos entre os 513 deputados. O resultado majoritário de dois terços do plenário deve ser repetido em dois turnos de votação.
Denúncias contra Temer
O presidente da Câmara disse que a maioria favorável à reforma até existe, mas ressaltou que as circunstâncias e tudo o que ocorreu ao longo do ano, como a análise das denúncias contra o presidente Michel Temer, acabaram \”gerando um certo desconforto dos parlamentares”. Para Maia, divulgar balanços parciais dos números de votos alcançados até o momento não ajuda no processo de convencimento dos deputados. Ele defendeu também que o PSDB se manifeste logo sobre o posicionamento da bancada.
“O PSDB precisa dizer é se é contra, ou a favor, e quantos (deputados) são a favor pra que a gente possa entender se tem ambiente pra votar a matéria. Eu não votaria essa matéria com uma expectativa de derrota”, disse. Maia participou, nesta quarta-feira, de café da manhã oferecido pelo presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada para tratar da reforma. Ele disse que, até o momento, não havia o número necessário de votos.