J. B. Pontes (*)
Não se iludam com a maioria dos atuais políticos brasileiros: A ideologia deles é o poder; O deus deles é o bezerro de ouro; A religião deles é aquela que mais os ajuda a dominar e manipular o povo idiotizado; O compromisso deles é com o capital, com o mercado e com os banqueiros que têm dinheiro para ajudá-los nos seus propósitos de dominação; O objetivo deles é o poder e a posse do ouro, para acumular riqueza, anestesiar consciências e assim poderem dominar mais e se eternizarem no poder.
Não nos iludamos. É assim em todas as esferas – federal, estadual, distrital e municipal. Na atualidade, temos um exemplo claro no Parlamento brasileiro: a concentração do poder nas mãos do Centrão, grupo de partidos integrado por parlamentares corruptos e fisiológicos, sem nenhum compromisso com o País e com o povo.
Hábeis na sistemática do toma-lá-dá-cá, só apoiam ou votam por vantagens pecuniárias ou fisiológicas, a exemplo da indicação de apadrinhados para cargos públicos, de preferência em órgãos com um bom orçamento. Adoram um governo fraco, a exemplo do atual, que se tornou de fato um “tchutchuca do Centrão”. O Centrão faz o que quer com Bolsonaro!
Junto com o desgoverno Bolsonaro, o Centrão engendrou uma coisa absurda, que ainda não foi, lamentavelmente, declarada inconstitucional e vedada pelo Supremo Tribunal Federal: o orçamento secreto, uma aberração legislativa, criada por mentes corruptas e insanas, que já causou, nos exercícios de 2020, 2021 e 2022, um rombo de cerca de R$ 53,4 bilhões aos cofres públicos.
E os políticos ligados a partidos do Centrão, com as mãos cheias de dinheiro roubado dos cofres públicos, estão sendo admirados como heróis pela população inconsciente das cidades dos interiores do Brasil.
Se Bolsonaro for eleito, em 2023 a farra continuará. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) prevê dotação da R$ 19,3 bilhões para as emendas RP9 do relator-geral do projeto de lei orçamentária anual, chamadas de orçamento secreto.
Esses recursos são retirados do orçamento de áreas socialmente relevantes, a exemplo da saúde, da educação, da proteção ambiental, da segurança pública, entre outras. E passam a ser aplicados sem nenhum planejamento ou priorização, com o único objetivo de angariar a simpatia e o apoio político para os parlamentares do Centrão – leia-se: compra de votos, chamada na legislação eleitoral de captação ilícita de sufrágio.
O orçamento público é um instrumento muito importante. É por meio dele que se garantem recursos para a execução das ações públicas de interesse da população em geral. Deveria, portanto, ser elaborado e executado com base em planejamento adequado, capaz de gerar bem-estar e atender às demandas da sociedade. E isso está muito distante de ocorrer no Brasil.
Neste contexto, é urgente agirmos para reduzir o poder do Centrão. A eleição de outubro de 2022 nos dará a oportunidade de fazer isso, deixando de votar em candidatos vinculados aos partidos que integram o Centrão (**).
(*) Geólogo, advogado e escritor
(**) Partidos que integram o Centrão: PL, PP, Solidariedade, PTB, União Brasil, PSD, MDB, PROS, PSC, Avante e Patriota