Afonso Magalhães está inscrito nas prévias do PT para governador. Foto: Divulgação
No início da campanha eleitoral de 2018, os pré-candidatos entram em cena na base do cada um por si e salve-se quem puder. Mesmo os que não têm chances reais de se tornar governador ou governadora do DF oficializam seus nomes na disputa junto com os que se lançam para ter como negociar a formação de coligações e barganhar espaços na formação do futuro governo. O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle, lançou oficialmente sua pré-candidatura pelo PDT, quinta-feira (8). Sua intenção de disputar o cargo é conhecida desde que o partido deixou a base de apoio do governador Rodrigo Rollemberg ― pré-candidato à reeleição pelo PSB –, em outubro de 2017.
Na quarta-feira (7), o ex-deputado distrital Alírio Neto foi apresentado como o nome do PTB. Na segunda (5), o economista Afonso Magalhães lançou-se às prévias do PT. De acordo com as normas internas da legenda, outros filiados poderão se inscrever até o próximo dia 31. No domingo (4), o PSol homologou Maria Fátima de Sousa, professora da UnB. Esse grupo vem se somar a Jofran Frejat, do PR, igualmente oficializado. Também faz parte da turma o herdeiro da rede Giraffas, Alexandre Guerra (Novo). As negociações partidárias intensificam-se até o final do prazo para o registro do nome do candidato, em 15 de agosto. O primeiro turno acontecerá em 7 de outubro e o segundo, se for necessário, no dia 28 do mesmo mês.
Esperança
Joe Valle foi oficializado em evento com a presença do pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes. Em seu discurso, o presidente da Câmara disse que toda a discussão com aliados envolverá apoio também a Ciro Gomes, e que pretende “trazer de volta a esperança” ao eleitorado. Valle afirmou que o acordo fechado dentro do PDT dá a ele autonomia para compor uma chapa “que seja boa para nossa cidade”. Ciro declarou que ao presidente da Câmara só foi feita “uma exigência: que Joe apresente ao DF um belo projeto. As convenções partidárias para escolha de candidatos deverão acontecer de 20 de julho a 5 de agosto, de acordo com o calendário eleitoral.
Se depender de Jofran Frejat, o PDT fará parte da coligação do PR, da mesma forma que o PTB. Em seu discurso quarta-feira, Alírio assegurou que sua pré-candidatura não é “intransigente”. Classificou-a como “uma iniciativa para a construção de pontes”. E acrescentou: “Queremos todos unidos, mas temos o direito de colocar nossos nomes para o debate”. Em entrevista ao Brasília Capital, Frejat havia dito uma semana antes: “Vem pra cá, junta!”, e elencou uma lista de partidos com os quais pretende se aliar.
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, enviou um vídeo onde conta que “foi uma candidatura trabalhada em meu gabinete. Vou fazer total esforço e me dedicar para vencermos”. A filha de Jefferson, deputada federal Cristiane Brasil (RJ), que não conseguiu ser ministra do Trabalho, esteve presente: “Vim reforçar a fala do meu pai. Alírio será o nosso candidato, e será o próximo governador do Distrito Federal”.
\”PT tem sua forma de governar\”
Segunda-feira (5), Afonso Magalhães fez sua inscrição durante reunião do diretório regional do PT. Servidor aposentado do Banco Central e um dos fundadores da legenda no DF, ele foi o primeiro a cumprir as exigências do partido. “Não vamos inventar moda. O PT já tem sua forma de governar. É investir em políticas públicas e melhorar mecanismos de democracia direta”, exemplificou. Domingo (4), Maria Fátima de Sousa foi apresentada como a pré-candidata do Psol, junto com a postulante a vice, a conselheira tutelar e correligionária, Keka Bagno, e os pré-candidatos ao Senado, o jornalista Chico Sant’Anna e o auditor federal Marivaldo Pereira.
Embora ainda dependam da homologação de seus partidos, os deputados federais Alberto Fraga (DEM) e Izalci Lucas (PSDB) também dizem estar no páreo. Fraga se sustentaria numa aliança com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e teve suas pretensões comprometidas com o lançamento da pré-candidatura do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). Izalci ainda luta para derrotar o grupo da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia. Ela é secretária do GDF e articula para ser a vice de Rollemberg.