Mesmo com o lucro líquido recorrente de R$ 4,2 bilhões somente no primeiro trimestre de 2024 (e alta de 46,3% na comparação com os três meses anteriores), o Bradesco segue demitindo injustamente os trabalhadores, fechando agências e cobrando metas inalcançáveis.
Diante desse cenário desolador, o Sindicato realizou, na quinta-feira (13), um protesto em frente à agência do Setor Comercial Sul, onde instalou uma arte figurativa na porta de entrada do banco intitulada “Portal do Inferno”.
“Esse portal visa mostrar para a população como os funcionários se sentem ao chegar ao trabalho. É como se eles estivessem entrando num lugar sombrio, porque essa prática desumana de total descaso com os trabalhadores causa adoecimento e insegurança”, esclareceu o diretor da Fetec-CUT/CN José Garcia.
E acrescentou: “Tudo isso em função de uma política de reestruturação do atual presidente da instituição, Marcelo Noronha, em que se demitem sem dó nem piedade bancárias e bancários adoecidos, licenciados pelo INSS, ou em situação de pré-aposentadoria”.
Para o secretário-geral do Sindicato, Raimundo Dantas, “quando o Bradesco fala em reestruturação, quer dizer demissão versus lucratividade. E, de forma gananciosa, vem demitindo pais e mães de família. Aqui em Brasília, de janeiro a maio, já tivemos 35 desligamentos”.
O Sindicato é contra essas demissões e fechamentos de agências, que impactam diretamente no atendimento, que fica precarizado, uma vez que não há reposição de trabalhadores.
Ronaldo Lustosa, secretário de Imprensa do Sindicato, considerou o ato muito importante, “principalmente por ser nesta agência histórica”. Ele criticou a postura do presidente do Bradesco com as demissões injustificadas, especialmente dos que estão às vésperas da aposentadoria, e dos adoecidos em função da pressão e das cobranças excessivas. Lembrou, ainda, que a luta da entidade sindical é constante para acabar com essa prática nefasta.
“Diretoria do banco, respeite as bancárias e os bancários que dedicam suas vidas ao trabalho e cumprem suas demandas, contribuindo para a lucratividade do banco!”.
“Nós somos 1% dos celetistas e temos praticamente 23% dos trabalhadores afastados por saúde do trabalho. Esta atividade é para chamar a atenção da sociedade de que é inédito o grau de adoecimento psicológico da categoria bancária. Portanto, o ‘Portal do Inferno’ é uma demonstração de que a vida do bancário virou um grande sofrimento, por conta da intensidade e precarização do trabalho e da renda”, assinalou Wadson Boaventura, secretário de Saúde da Fetec-CUT/CN.
Ato unificado
O ato foi realizado de forma unificada em todo o País. Desde o início do ano, quando foi anunciada a reestruturação, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) vem cobrando, porém sem sucesso, explicações do Bradesco, uma vez que existe um compromisso oficial do banco com o emprego e com a condições de trabalho.