J. B. Pontes (*)
Estamos vivendo um dos momentos mais cruciais e tormentosos da história do País. A nossa frágil democracia, que aperfeiçoada poderia nos levar a ser uma nação menos desigual, mais justa e solidária, está correndo sério risco de retrocesso. Bolsonaro, se reeleito, vai cuidar de jogar uma pá de cal sobre ela.
Já domina o Congresso Nacional, por meio do Centrão, a quem entregou o controle da parte financeira do governo. E o escândalo de corrupção do Emendão (orçamento secreto) vai continuar. Para o orçamento de 2023, já está previsto um acréscimo de R$ 19,4 bilhões, o que irá perfazer um rombo de R$ 72,8 bilhões, somando-se ao que já foi concedido em 2020, 2021 e 2022 R$ 53,4 bilhões. Dinheiro retirado de ações prioritárias do Estado, como a saúde e a educação públicas.
Ele mesmo já afirmou que vai tentar de todas as formas dominar o Supremo Tribunal Federal (STF). Se reeleito, terá direito a indicar mais dois ministros, por aposentadoria de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Vai tentar ainda aumentar para 15 o número de componentes da Corte, o que lhe dará direito a indicar mais 4 membros. Somados aos dois que já indicou (Nunes Marques e André Mendonça), ficará com maioria de 8 membros no Supremo, única instituição que ainda barra as suas investidas antidemocráticas.
Neste contexto, quero eleger Lula presidente para:
– Afastar o perigo real que paira sobre a nossa democracia e suas instituições, a exemplo do STF e do TSE;
– Arrefecer a ânsia dos políticos do Centrão de se apropriar de recursos públicos para fins privados e do grande capital, nacional e internacional, de apoderar-se dos patrimônios estratégicos do Brasil;
– Dar início à reconstrução do País, encerrando um período obscuro, tormentoso e triste da nossa história;
– Salvar o Brasil das mãos de um miliciano, genocida e neonazi-fascista perigoso, que foi capaz de despertar o que de pior havia na alma de muitos brasileiros, que até o seu desgoverno estava adormecido;
– O Brasil possa voltar a ser respeitado e ser protagonista no avanço civilizatório mundial e não um pária;
– Tirar o País do mapa da fome, e para que o povo mais humilde e os trabalhadores possam voltar a sorrir e ser feliz, livre dos sofrimentos que o atual desgoverno lhes impôs, ao agir somente para privilegiar o grande capital (exceto nos últimos três meses, quando resolveu criar “pacotes de bondades” para comprar votos com o nosso próprio dinheiro);
– Garantir que as minorias, especialmente os povos originários, passem a ser respeitadas e tenham seus direitos e interesses assegurados pelo Estado;
– Estancar a exploração desenfreada e ilegal dos nossos recursos naturais e a devastação do meio ambiente.
Não será fácil nos livrar do bolsonarismo. Mas, com Lula na presidência, poderemos iniciar essa missão impostergável e tão necessária.
O Brasil e os brasileiros não merecem o castigo de um segundo desgoverno Bolsonaro e sua familícia.
(*) Geólogo, advogado e escritor.