O ministro Ricardo Lewandowski antecipou para 10 de abril sua aposentadoria. Caberá ao presidente Lula indicar seu substituto para o STF, que será sabatinado pelo Senado. Dois nomes aparecem nas mídias como favoritos: o advogado Cristiano Zanin e o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto, ex-secretário-geral do Supremo e do TSE. Ele seria o preferido do próprio Lewandowski.
Há ainda oito outros nomes, sendo que, para o Distrito Federal, o mais interessante é o da advogada Vera Lúcia Santana Araújo. Verinha, como é conhecida, atua na defesa dos movimentos sociais há décadas. Na década de 1980, foi advogada do Sindicato dos Jornalistas do DF. No governo Cristovam Buarque, foi consultora do GDF. Mesma função desempenhou no Denatran.
Verinha tem raízes profundas na Capital Federal. É ativista da Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno e integrante da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), entidade que ajudou a organizar o ato em defesa da democracia e do sistema eleitoral, em agosto de 2022, no pátio da Faculdade de Direito da USP.
Se escolher Verinha, Lula dará um importante sinal à sociedade: mais empoderamento para as mulheres e para os negros na Suprema Corte. Nunca na história deste país uma negra ocupou aquele espaço. O nome de Vera Lúcia ganhou mais evidência após a irmã de Marielle Franco, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defender publicamente a indicação de uma ministra negra para o STF.
O mais grave é que em redes sociais da esquerda Verinha passou a ser alvo de fogo amigo, com mensagens difamantes. Chegaram a colocar que seu nome era a proposta de grupos fascistas contrários à indicação de Zanin.
Com Vera Lúcia no STF, Lula cumpriria mais uma de suas promessas. E Brasília ganharia mais um nome de suas raízes no Supremo, o que não acontece desde a nomeação de Maurício Corrêa, em 1994.