O texto-base da reforma da Previdência – a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06-A/2019, que acaba com o direito à aposentadoria dos trabalhadores pobres – foi aprovado, na quarta-feira (10), em primeiro turno, no Plenário da Câmara dos Deputados, por 379 votos a 131. A maioria para essa votação foi conquistada após o governo Bolsonaro entregar R$ 3 bilhões para os deputados que votassem a favor da proposta elaborada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em favor dos bancos.
O texto será analisado no Senado a partir de agosto. A expectativa do governo Bolsonaro e dos deputados federais que tiveram as mãos molhadas com dinheiro público para votar a favor é a de que até setembro a Previdência seja definitivamente aprovada pelo Congresso Nacional e entregue ao sistema financeiro. Até o fechamento desta edição do Brasília Capital, a Câmara dos Deputados não havia votado em segundo o texto-base da para encaminhá-lo ao Senado.
Seis dos oito parlamentares da bancada do Distrito Federal votaram contra a classe trabalhadora. O Sinpro-DF fez uma campanha em que disponibilizou o número do telefone celular de cada deputado e pediu a cada professor para ligar cobrando deles uma posição contra a reforma. Na sexta-feira (12), o movimento sindical se uniu ao movimento estudantil e realizaram mais um ato contra a reforma da Previdência em todo o país. Com o lema “Por educação, emprego e aposentadoria”, milhares de estudantes e trabalhadores foram às ruas contra esta e outras extinções de direitos em curso no Brasil.
“Há um esforço nacional de trabalhadores e estudantes para impedir a aprovação da reforma da Previdência, mas, paralelamente a isso, há um esforço para desidratar a reforma e, por causa disso, é que ela tem se alterado no decorrer das discussões e votações”, informa Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF.
Ela lembra que a diretoria colegiada do Sinpro-DF convoca a categoria para continuar a luta contra esta reforma, enviando mensagens e pedindo aos seis dos oito parlamentares da bancada do DF para votar contra no segundo turno. “A luta prossegue. Vamos para a esfera do Senado e, se aprovada lá, o movimento docente continuará a luta pelo resgate de um sistema que assegure a aposentadoria dos trabalhadores. Não é luxo. É o direito de envelhecer com saúde. É dever de todos se organizarem nos seus sindicatos para resgatar os direitos eliminados. Isso é a luta de classe”, afirma a diretora.