Renato Santana (*)
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Vivemos um novo tempo na gestão pública. Um tempo em que o Estado tem que andar em consonância com os anseios da população, que já não tem mais paciência com a letargia, a morosidade, o “jeitinho brasileiro” e a acomodação nas instituições públicas. As administrações regionais são a ponta mais próxima da estrutura governamental com o cidadão e é preciso repensar essa cadeia, jamais dar cabo a ela.
Repensar a estrutura das administrações não significa que essa discussão seja ultrapassada para o campo político, como sempre o assunto é tratado quando entra em pauta. É preciso tratar esse tema com seriedade, compromisso e responsabilidade, com a coisa pública e com a população.
As cidades precisam ter estruturas eficientes e eficazes que demonstrem que o Poder Público está presente. O maior problema que temos tido nesses pouco mais de 60 dias de governo é exatamente a ausência do Estado na ponta, com o abandono das estruturas públicas e a inoperância em vários serviços estruturantes.
Não podemos transformar as reais necessidades de fortalecimento da máquina pública em uma discussão política. E é o que não vamos fazer em hipótese alguma. A determinação do governador Rodrigo Rollemberg é que as pessoas possam sentir de fato a presença do Estado, na base do diálogo, da interação e da proximidade.
Tenho acompanhado de perto essa rotina, ouvido administradores, gestores, funcionários, servidores assim como eu que tocam o dia-a-dia e convivem com as demandas, os anseios e as necessidades das cidades na ponta da gestão. E tenho constatado cada vez mais que temos um corpo de servidores excepcional, que carrega a estrutura nas costas e que sofre com os anos de desconstrução e descaso.
É preciso de um esforço de todos para que esse fortalecimento da máquina pública saia do papel e das nossas vontades enquanto gestores públicos. É preciso ratificar a consciência de que esses espaços são indispensáveis para a prática da boa política, de ações e resultados positivos.
As estruturas das administrações regionais passam por uma remodelagem desde o dia 1o de janeiro. Constatamos na rua, no contato direto com a população que a quantidade não tem representado qualidade no atendimento, pelo contrário. A proposta do governador Rodrigo Rollemberg ainda na campanha é dar mais voz e interagir ainda mais com a população. E é somente na ponta que isso se faz mais forte, com administrações operantes e fiéis à máxima de que têm que deixar de lado vaidades políticas para construir um legado e transformar a vida das pessoas.
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Defender a extinção desses espaços pura e simplesmente, com argumentos rasos, é desconhecer a lógica da estrutura e fazer politicagem. É preciso remodelar, trazê-las à realidade do mundo que anda numa velocidade 4G enquanto o governo vivia na idade média.
Recebi dia desses a visita de um grupo de servidores que não se acomodaram e nem se desanimaram com o cenário no qual estão inseridos. Eles se uniram e aproveitaram o novo cenário sobretudo com a tecnologia altamente inserida em nossas vidas e montaram um grupo denominado “Servidores em Ação”. Discutem políticas públicas, modernização de suas estruturas, atendimento ao público de forma mais eficiente e vieram atrás de nós, gestores, para colaborar de forma efetiva.
Reestruturar e dar força à máquina pública por meio das administrações regionais é o caminho da nova realidade com a população. O gestor que não perceber essa mudança de paradigma e não souber utilizar essa estrutura para o bem da comunidade e da cidade está fadado ao fracasso.
(*)Servidor de carreira há 21 anos, Renato Santana foi administrador regional de Ceilândia, secretário de Governo e, hoje, é vice-governador do DF.