Defesa do protecionismo, segregação, xenofobia, autoritarismo e promessas radicais e pouco ortodoxasfizeram parte da vitória do direitista Donald Trump, do Partido Republicano, na corrida presidencial norte-americana de 2016, com a promessa de “tornar a América grande novamente”. A força do discurso de ódio aos imigrantes ilegais foi tão grande que Trump prometeu construir um muro com mais de 1.400 quilômetros de extensão na fronteira com os EUA, e obrigar o México a pagar por ele um valor estimado de US$25 bilhões.
O governo mexicano negou e reagiu imediatamente com críticas incisivas ao absurdo que, meses depois, tornou-se possibilidade real com a eleição do republicano. A repulsa e o ódio diante de tal promessa, chancelada pelo voto do povo norte-americano, reacenderam o espírito nacionalista mexicano que, por certo, teria reflexos na dinâmica político-eleitoral do país. Foi o que aconteceu e, obviamente, fez com que a esquerda mexicana ganhasse força para as eleições gerais, legislativas e presidenciais de 2018, que acontecem em turno único.
O esquerdista, ex-prefeito da Cidade do México, capital mexicana, Andrés Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, 64, candidato pela terceira vez à presidência da República pelo partido MORENA (Movimiento Regeneración Nacional), o qual fundou em 2014, é o grande favorito para vencer as eleições neste domingo.
Segundo a última pesquisa publicada no dia 27 pelo jornal “Reforma”, ele lidera as intenções de voto com 51%, com vantagem de 24 pontos sobre o segundo colocado Anaya, candidato da coalizão do Partido Acción Nacional (PAN) com o Partido de la Revolución Democrática (PRD), que atinge 27%, ante 19% do candidato governista José Antonio Meade, ex-ministro da Fazenda, pela coalizão liderada pelo Partido Revolucionario Institucional (PRI).
Anaya, que crescia nas pesquisas das últimas semanas começou a despencar devido a denúncias de corrupção e tráfico de influência, e o governista Meade atingiu seu teto, prejudicado pela péssima avaliação do atual presidente Enrique Peña Nieto, que deixará seu governo com apenas 20% de aprovação.
Como em todas as nações das Américas que passaram e passarão por eleições presidenciais desde o fim do ano passado e ao longo de 2018, que com exceção da Venezuela foram visitadas pelo projeto inédito de marketing político internacional “Tour Eleições das Américas”, único realizado por uma consultoria brasileira, a Viés Marketing Estratégico, a corrupção é problema central no debate político ao lado da violenta campanha eleitoral.
Todo o movimento de guinada à direita das eleições dos governos dos países das Américas encontrará mais um contraponto no México, assim como na Costa Rica em abril, caso o favoritismo do esquerdista AMLO se confirme nas urnas neste domingo.
Após 13 anos da esquerda petista na presidência da República do Brasil e sua derrocada em agosto de 2016, terá o impeachment, assim como o muro de Trump no contexto mexicano, dado força à dinâmica social lógica do voto na oposição a governos em curso mal avaliados, e isso impulsionar novo triunfo da esquerda no país? Será essa a explicação do ainda fraco desempenho de Geraldo Alckmin nas pesquisas eleitorais?
Qual será o futuro do Brasil: o mesmo com a centro-direita chilena, paraguaia e colombiana; o mesmo com a centro-esquerda costarriquenha e provável mexicana, ou nos extremos? Qual dos comportamentos eleitorais das Américas seguiremos? A conferir nos próximos capítulos.
Já estamos na capital mexicana e acompanharemos todos os acontecimentos, desdobramentos e, como em todas as outras etapas do projeto, toda nossa movimentação peloMéxico será registrada em fotos e vídeos, e compartilhada com todos vocês, nas redes sociais da Viés Marketing Estratégico e exclusivamente aqui, no jornal Brasília Capital.
iHasta la vista, muchachos!