A Polícia Civil informou nesta terça-feira (19) que um cabo da Polícia Militar foi responsável pelo disparo que provocou a morte da estudante Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro. O PM foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.
Segundo o documento, houve um “erro de execução” e o objetivo real do disparo era forçar a parada de dois homens que estavam em uma moto. Eles teriam fugido de uma blitz dentro do complexo. Em seguida, o policial realizou o disparo.
O inquérito levou em consideração depoimentos de testemunhas, perícias, policiais militares em serviço e o laudo da reprodução simulada realizada no dia 1º de outubro. Inicialmente, os policiais que estavam no local afirmaram que houve troca de tiros, mas essa versão foi contestada desde o início pelas testemunhas.
A Polícia Militar pediu o afastamento do cabo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e o proibiu de entrar em contato com testemunhas que não sejam policiais. Por meio de nota, a PM ainda afirmou que “lamenta o triste episódio da pequena Ágatha e reforça solidariedade à família”.
O triste episódio ocorreu no dia 20 de setembro. Ágatha Félix estava em uma kombi, na Fazendinha, quando foi atingida. A menina chegou a ser operada, mas não resistiu. Onze dias depois, o policial militar participou da reprodução simulada.
Ágatha foi uma das seis crianças mortas por tiros no Rio de Janeiro só neste ano.