A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu a mãe de Aurora, bebê recém-nascida abandonada encontrada em uma caixa de papelão, na manhã desta quinta-feira (7), no Conjunto 6 da QI 3 do Lago Norte. Josivânia Moreira Coelho, empregada doméstica de 23 anos, trabalha em uma casa nas redondezas de onde deixou a neném. Foi no local de trabalho, longe de médicos, que ela deu à luz a menina que abandonou.
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O delegado-chefe da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte), Ricardo Viana, explica que os patrões da mulher não sabiam que ela estava grávida. A mãe da bebê, no entanto, tinha conhecimento da gravidez. Ela mora na mesma casa da família onde trabalha como doméstica, que fica atrás do conjunto onde Aurora foi encontrada.
A menininha estava dentro de uma caixa de papelão com o rosto coberto por retalhos de pano, quando o estudante de design gráfico Jonathan Grassner, 20 anos, a encontrou. Ele se dirigia parao ponto de ônibus para pegar o coletivo e ir para a faculdade. Em uma passagem do conjunto 6 da quadra, viu a caixa.
Por sorte, uma mulher saía de casa, de carro, no exato momento em que Jonathan se perguntava o que fazer. Levaram a recém-nascida para dentro da casa, colocaram roupas novas nela e se dirigiram para a 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte). Os agentes chamaram os bombeiros, que fizeram os primeiros socorros e a conduziram para o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde recebeu o nome de Aurora.
Desamparo é crime
O artigo 133 do Código Penal Brasileiro prevê que abandonar alguém que esteja sob o cuidado a guarda, a vigilância ou a autoridade de outro é motivo para a configuração de crime. O promotor de Defesa dos Direitos da Infância e da Juventude Anderson Pereira de Andrade explica que, para a família biológica resgatar a guarda do menor abandonado, só com discussão judicial.
Segundo ele, o estágio de vida em que se encontra a criança também é avaliado. “São analisadas as condições psicossociais dos pais e em que circunstâncias ou condições os responsáveis estavam no momento em que praticaram o abandono. Também é avaliado se a família conta com uma rede de apoio dos parentes, se os pais têm muitos filhos e o que levou os genitores a tomarem uma medida drástica, que colocou em risco a criança”, detalhou.