O bárbaro sequestro e assassinato da estudante Amélia Vitória de Jesus, de 14 anos, em Aparecida de Goiás, na região metropolitana de Goiânia, na quinta-feira (30), abalou a opinião pública. O corpo da menina foi encontrado sábado (2), em uma calçada no bairro Parque Hayala, onde ela morava. Na terça (4) a Polícia Civil apresentou o autor do crime, identificado apenas pelo nome de Janildo.
A adolescente desapareceu quando saiu de casa para buscar a irmã mais nova na escola. Ao esclarecer o crime, os delegados Eduardo Rodovalho e André Botesini detalharam que ela foi sequestrada estuprada por Janildo. A prova mais contundente é o material genético colhido no corpo de Amélia Vitória e confrontado com o exame de DNA do suspeito.
Segundo a Polícia, ele tinha o DNA cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos por já responder na Justiça por um estupro que aconteceu em Rio Verde, no sudoeste, em 2017.
Bicicleta – Durante as investigações, a polícia constatou que Janildo tinha o costume de praticar furtos e roubos na região onde a estudante desapareceu usando uma bicicleta. A principal hipótese é que ele tenha saído de casa para roubar, mas encontrou a adolescente no caminho e decidiu raptá-la, com o intuito de cometer o estupro.
O delegado Rodovalho acredita que o investigado se aproveitou que o local tinha pouca movimentação, ameaçou a estudante com uma faca e a levou para os fundos de um imóvel, próximo a uma mata, onde a estuprou pela primeira vez.
Depois, Janildo colocou a vítima no cano da bicicleta (o que é comprovado por um vídeo de uma câmera de segurança) e andou cerca de 6 Km com ela, até chegar ao esconderijo que usava para consumir drogas e guardar objetos roubados.
No imóvel abandonado, Janildo teria estuprado Amélia Vitória durante toda a noite, até matar a estudante asfixiada de madrugada. Na perícia foram encontrados diversos vestígios de abuso sexual, como peças íntimas, sangue e fios de cabelo da menina. A suspeita é de que ela tenha sido asfixiada com um golpe mata-leão ou com de um lençol.
Prisão perpétua
Durante o velório de Amélia Vitória, domingo (3), o governador Ronaldo Caiado (União) mais uma vez mostrou seu descontentamento com as leis vigentes no País, que “impedem o Estado de proteger os cidadãos dos criminosos com histórico de assassinato e estupro. É absurda e revoltante a flexibilização da legislação”. Para Caiado, aqueles que cometem esse tipo de crime, principalmente contra crianças e adolescentes, merecem prisão perpétua. “Como não tem lei federal, eu aprovei para que todos os estupradores tenham que se apresentar na delegacia mensalmente”, destacou, reafirmando que esses crimes, em geral, são cometidos por reincidentes