A polêmica sobre o horário de funcionamento dos bares e restaurantes de Águas Claras chegou ao Palácio do Buriti. Na noite de quarta-feira (13), o secretário de Atendimento à Comunidade, Severino Cajazeiras, participou de uma reunião com empresários da cidade e se comprometeu a reabrir a negociação entre os comerciantes e o administrador regional Ney Robsthon. Em seguida, Cajazeiras tratará do assunto com o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Os empresários argumentam que a Ordem de Serviço da Administração, que prevê o fechamento dos bares e restaurantes à meia-noite de segunda a quinta feira, e às 2h de sexta-feira a domingo inviabilizará seus negócios. Eles reivindicam a extensão dos horários para até 1h de segunda a quinta-feira, e 3h nos finais de semana.
Demissões – Cajazeiras concordou com os argumentos dos empresários e prometeu defender a proposta junto a Ney Robsthon. Caso o administrador aceite em rever os termos de sua determinação, o secretário se comprometeu a levar o pleito ao governador. “Este é um ramo de atividade que gera emprego e renda e é responsável por uma importante parcela da arrecadação de impostos no DF. O governo não pode abrir mão dessa receita”, argumentou o secretário.
O dono do restaurante Life Box, João, pediu celeridade ao secretário. Ele disse que já foi notificado para cumprir a Ordem de Serviço da Regional. E, caso as mudanças propostas pelo grupo não sejam acatadas, precisa iniciar na próxima semana o processo de demissão de 32 dos seus 63 funcionários.
Distorções – Paulo Seabra, do Subway e Panelinhas Brasil, solicitou que a regulamentação não proíba o funcionamento dos estabelecimentos em qualquer horário, mas apenas restrinja a venda de bebidas alcoólicas a partir da 1h de segunda a quinta-feira, e depois das 3h de sexta-feira a domingo. “Águas Claras é um polo gastronômico. Não há justificativa para que o Estado interfira na atividade econômica”, disse Rubens Costa, proprietário do Restaurante do Rubinho e mediador da reunião.
O secretário Severino Cajazeiras concordou com o grupo e, na condição de advogado, citou o artigo 176 da Constituição: “o Estado não pode intervir em qualquer ação da economia”. No entanto, o secretário lembrou que há muitas reclamações de moradores devido ao barulho gerado por alguns estabelecimentos. “Precisamos corrigir essas distorções, mas sempre buscando atender a todos os segmentos, de moradores a comerciantes. O melhor caminho é o do centro”, destacou.