Soldados e praças responsáveis pelo policiamento ostensivo no Distrito Federal estão retomando a Operação Tartaruga, rebatizada por eles de “Lesminha”, que reduz o número de policiais nas ruas. A medida prejudica a segurança da população em pleno mês de dezembro, quando um maior número de pessoas vai às compras de final de ano.
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Mesmo sem um comunicado oficial ao comando da Corporação e ao Governo de Brasília, os PMs protestam contra o corte no plano de Saúde, a contenção de promoções na carreira, o uso equipamentos de segurança vencidos, viaturas sem condição de trabalho e o desrespeito às escalas durante as festas deste período.
A reportagem do Brasília Capital entrou em contato com alguns PMs e confirmou a troca de mensagens enviadas pelo WhatsApp orientando os colegas a “tirar o pé do acelerador” para forçar os superiores a atender suas reivindicações.
Um soldado, que pediu para se identificar temendo represálias, informou que, com o corte no plano de saúde, os policiais só podem ser atendidos em algumas unidades, entre elas o Hospital Santa Helena. No Santa Marta o serviço foi suspenso por falta de pagamento pelo GDF.
O servidor também afirmou que, em alguns batalhões, os PM’s são obrigados a pagar a manutenção de várias viaturas, que estão sem condições de trabalho. Os coletes balísticos também estão com o prazo de validade vencido. “O meu colete venceu em setembro. Porém, comparado com outros colegas, ainda é um dos mais novos”, disse.
Interstício
Outra reivindicação é o chamado interstício – militares com o tempo mínimo de permanência no posto e que já podem ser promovidos – porém, por falta de verba, não receberão o benefício. Com isso, a tradicional promoção que ocorre todo ano em dezembro não vai acontecer.
O Policiamento Intensivo de Natal – PIN –, em virtude da falta de efetivo e o excesso de escalas, fará com que os PM’s a trabalhem mais seis horas, totalizando cerca de 54 horas na semana.
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“O discurso que o governo utiliza para não atender as demandas da Polícia Militar é pautado na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o que é um erro, já que o dinheiro destinado à PM é proveniente do Fundo Constitucional”, esclareceu outro policial ligado à associação que representa a categoria.
Resposta
A Assessoria de Comunicação da Polícia Militar afirmou não haver Operação Tartaruga. Mas admite que as demandas existem. Entretanto, é grande a circulação de imagens nas redes sociais pedindo apoio dos policiais militares à mobilização.
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