A Plebe Rude, uma das principais bandas de rock brasileiras, comemora 40 anos nesta quarta-feira (7) com o lançamento de seu primeiro single do disco “Evolução – Vol. II”, intitulado “68”. A faixa, produzida pelo vocalista Philippe Seabra, faz parte do projeto “Evolução”, cujo primeiro volume foi lançado em 2019.
O trabalho, com um total de 28 canções, narra a trajetória do ser humano na terra, a partir de uma análise do homem, do seu desenvolvimento e da vivência em sociedade.
O baixista André X conta que “68” foi escolhida para apresentar o álbum “Evolução – Vol. II” por discorrer sobre um tema ainda relevante. “É sobre um ano marcante do século XX, no qual, em várias localizações do globo, protestos contra o status quo se levantaram, com consequências explosivas”.
Philippe Seabra também aponta a importância do ano específico escolhido pela Plebe como tema da nova canção. “68 foi um ano de muitas lutas, desde os protestos contra a guerra do Vietnã, dos direitos civis e a primavera de Praga. O assassinato do Martin Luther King talvez tenha sido o fato mais marcante. Mas foi como o ano terminou que marcou 68 e deu significado e esperança para tudo o que aconteceu. Em dezembro, o Apollo 8 circundou a Lua pela primeira vez e foi ali que vimos toda a fragilidade da Terra através da famosa imagem ‘earthrise’. Um ano tão difícil foi encerrado com a raça humana se vendo na vastidão do espaço. Quem sabe aprenderia a deixar de lado as diferenças e cuidar daquele pontinho no céu”.
Apesar de a Plebe Rude se debruçar em um tema do passado com a faixa single de “Evolução – Vol. II”, o baixista conclui que o momento atual está presente em todas as músicas do projeto Evolução. “Me pego ouvindo o disco e pensando: essa música é sobre algo que aconteceu na história tempos atrás, mas parece que estamos cantando sobre hoje”.
E finaliza: “Com a nova onda conservadora se consolidando, é importante o exemplo histórico de que lutar é possível”. O vocalista concorda: “A letra é assustadoramente atual. Esse momento esdrúxulo que estamos passando pediu um comentário social que ninguém está abordando”.
O álbum “Evolução – Vol. II” foi finalizado antes do início da pandemia de covid-19. No entanto, Seabra conta que a faixa ainda inédita, “A Hora de Parar”, teve uma atualização para abarcar o tema. “A trajetória do homem, tristemente previsível, nos fez não ter que atualizar mais nada. O ‘Volume 2’ começa na revolução industrial e segue a história desse curioso rebanho que tende à autodestruição. Mas, quem sabe aprenda alguma coisa durante o caminho para reverter esse futuro sombrio”.
“68” (Música e letra: Philippe Seabra / André X)
“Ergam os punhos pros direitos civis
Do gramado em frente à Casa Branca as ruas de Paris
No Vietnã a caça a Ho Ching Minh
E na América o assassinato do Martin Luther King
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
A Primavera de Praga acendeu
Uma chama de esperança pelo leste europeu
No Araguaia a mobilização
Enquanto o AI-5 trucidava a constituição
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Esquentem a guerra fria e saibam sim que é proibido proibir
Dezembro de 68 partiu em missão
O Apollo 8 com a humanidade na tripulação
Circundou a lua e vimos pela primeira vez
A aurora de um planeta e toda sua insensatez
O nascer da terra pra lembrar do que já esquecemos
A lua que iluminava a selva do Vietnã
A mesma luz que o Mandela via da prisão
Que refletia na sepultura do Martin Luther King
A luz que a força bruta não consegue extinguir
68 acabou entrando para a história
Eu sou realista, sim
E quero o impossível para mim
Esquentem a Guerra Fria e saiba, sim que é proibido proibir
Ouça nas principais plataformas digitais: https://onerpm.link/pleberude68 .