REPRODUÇÃO
SÃO PAULO E CURITIBA – Planilhas apreendidas pela Polícia Federal lista doações feitas pelo Grupo Odebrecht a mais de 200 políticos do país. Os documentos foram apreendidos com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, um dos principais interlocutores do empresário Marcelo Odebrecht na alocação de recursos a campanhas políticas.
Chama atenção que, alguns dos políticos da lista constam nas planilhas com nome e codinome, o que sugere que possam ter recebido dinheiro por meio de caixa dois. Os investigadores da Lava-Jato descobriram uma contabilidade paralela da Odebrecht, suspeita de ter criado um departamento apenas para gerenciar o pagamento a políticos e agentes públicos. Na contabilidade paralela, os valores são atribuídos apenas a codinomes, como forma de dificultar a identificação do destinatário. Para a força-tarefa da Lava-Jato, o dinheiro que saiu da contabilidade paralela da empresa era propina de contratos da Petrobras.
Na lista, antecipada pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, estão políticos de vários partidos. O senador José Sarney (PMDB) aparece relacionado ao codinome \”Escritor\”. Renan Calheiros, o \”Atleta\”. Eduardo Paes, prefeito do Rio, tem como codinome \”Nervosinho\”. Eduardo Cunha (PMDB) , presidente da Câmara dos Deputados, é o \”Caranguejo\”. O senador Humberto Costa (PT) é Drácula. O também senador Lindbergh Farias (PT) aparece como \”Lindinho\”.
A soma dos valores relacionados aos políticos é de R$ 55,1 mil, mas pela quantidade de nomes sugere que a quantia possa ser, na verdade, de R$ 55,1 milhões.