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Petróleo, gás e carvão: a última palavra é do Capital

  • Júlio Miragaya
  • 10/01/2024
  • 07:58

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Desde o final do século XX há um amplo debate no planeta sobre a necessária desaceleração na extração de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) em função do agravamento do aquecimento global. Não obstante a ameaça, é fato que o mundo vive sob a égide do sistema capitalista, e os volumosos lucros obtidos pelas grandes corporações do setor de óleo, gás e carvão nos levam no sentido oposto. 

A produção mundial de petróleo deverá fechar 2023 em 98 milhões de barris/dia (36 bilhões de barris/ano), e a previsão da OPEP é de que a demanda mundial cresça para 109,8 milhões b/d em 2040. Já a produção de gás natural cresce de forma ainda mais acelerada (68% entre 2000 e 2022), alcançando 4,1 trilhões de m³ ano passado. 

Por fim, a produção mundial de carvão bateu novo recorde em 2023: 8,5 bilhões de toneladas e a previsão é de se manter neste patamar nos próximos 5 anos. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o pico da demanda mundial dessas três fontes ocorrerá em 2030 – a OPEP crê que acontecerá mais adiante.

As reservas de petróleo são estimadas em 1,8 trilhão de barris, que na cotação atual do óleo Brent (US$ 80/barril) representam riqueza de US$ 144 trilhões. As reservas mundiais de gás natural somam 200 trilhões de m³, que valem US$ 90 trilhões. Quanto ao carvão mineral, as reservas são de US$ 850 bilhões. Pela cotação atual (US$ 145/t), valem US$ 123 trilhões.

Em suma, as três reservas valem, na cotação atual, US$ 360 trilhões, o equivalente a 180 PIBs do Brasil ou 2.250 vezes os bilionários lucros somados das gigantes Exxon, Shell, Chevron e British Petroleum. Alguémacredita que as grandes corporações deixarão tamanha riqueza enterrada no subsolo ou no fundo do mar?

Mas tais reservas não estão simetricamente distribuídas pelo planeta. Apenas 9 dos 200 países da Terra (5 do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuweit e EAU) mais Venezuela, Canadá, Rússia e EUA) concentram 86% das reservas mundiais. 

Se fizermos um cálculo da disponibilidade de reservas per capita, as disparidades são ainda maiores. A reserva média é de 220 barris per capita, mas os 16 bilhões de barris da China resultam em apenas 11 barris per capita e os 5,5 bilhões de barris indianos significam pífios 4 barris per capita. No Brasil, seria de 90 barris per capita, muito distante da Arábia Saudita, cujas reservas de 300 bilhões de barris resultam em 8.300 barris per capita.

Analisando a questão do Essequibo, embora as reservas da Guiana sejam relativamente modestas (12 bilhões de barris), quando divididas pelos seus 800 mil habitantes, resulta em 15.000 barris per capita, a segundamaior proporção do mundo, atrás apenas do Kuwait. A Venezuela não fica muito atrás: suas reservas de 310 bilhões de barris, divididas por 31 milhões de habitantes, resulta em 10.000 barris per capita. 

Em suma, é o imenso potencial de lucro que explica não só a expansão da exploração dos combustíveis fósseis, mas as diversas guerras pelo seu controle (a do Golfo não nos deixa mentir), e está por trás da disputa pela região do Essequibo, com a gigante Exxon envolvida. 

O dilema pode assim ser resumido: explorar as imensas reservas de combustíveis fósseis e agravar o aquecimento global ou priorizar a questão ambiental e deixar enterrados trilhões de dólares em recursos naturais? Aexploração da Margem Equatorial do Brasil se insere neste mesmo dilema.

Por fim, muito embora ache absolutamente inexequível a incorporação da região do Essequibo ao território venezuelano, torna-se necessário esclarecer alguns pontos controversos: não é verdade que se tratava de uma região disputada por duas potências coloniais (Espanha e Grã-Bretanha), pois os britânicos tomaram a região em 1830, 19 anos após a declaração de independência da Venezuela. 

Tampouco é aceitável que a questão seja julgada pela Corte Internacional de Justiça, cuja composição expressa o domínio dos países ricos, que têm 7 membros entre os 15, embora possuam apenas 12% da população mundial.

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Júlio Miragaya

Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia

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