O conselho de administração da Petrobrás aprovou, em 2008, a compra de uma refinaria no Japão sem ter sido informado dos riscos do investimento, assim como ocorrido anteriormente com a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
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De acordo com a publicação, documentos internos da Petrobras mostram que o resumo enviado pela diretoria da estatal ao conselho, em que é solicitada a aprovação da compra da refinaria Nansei, em Okinawa, omitiu riscos apontados por áreas técnicas.
A avaliação técnica aponta que a refinaria dava prejuízos e se tornaria rentável apenas caso fosse adaptada para refinar petróleo brasileiro e dobrasse sua capacidade de produção para 100 mil barris por dia. Essa informação, porém, não foi transmitida ao conselho, segundo o jornal.
Em 2008, a aquisição de 87,5% de Nansei foi fechada por US$ 331 milhões. A justificativa para a compra foi a de \”expandir os negócios em mercados rentáveis no exterior\”, dado o \”expressivo crescimento do mercado asiático\”.
As áreas financeira e de estratégia consideravam que Nansei não era rentável porque o indicador usado no cálculo da expectativa de retorno na compra de uma empresa era negativo em US$ 215 milhões. Documento enviado ao conselho, porém, trazia avaliação distinta, feita pela área internacional, que apontou que o negócio era rentável mesmo sem a ampliação.
Ao jornal, a Petrobras afirmou que a aquisição da refinaria \”estava alinhada ao planejamento estratégico da época\”.