Chico Sant’Anna
A poucos dias de se fechar a janela de mudanças partidárias, a TV Record publicou uma pesquisa feita por telefone pela Real Time Big Data nos dias 18 e 19 de março. Mais do que os resultados – na versão estimulada – referentes aos principais concorrentes ao GDF (Ibaneis (MDB), 27%; Reguffe (Podemos), 16%; Flávia Arruda (PL), 15%; Izalci Lucas (PSDB), 5%, Leila Barros (Sem partido), 3% e Rosilene Corrêa (PT), 1%), causou estranheza a não testagem de outros pré-candidatos ao Buriti.
Em nenhum dos cinco cenários para o GDF propostos pela Big Data constava os nomes do pré-candidato Raphael Parente (PSB) e Geraldo Magela (PT), que têm pontuado em outras pesquisas. Magela divulgou nota onde diz ter ocorrido desinformação ou mal-entendido por parte dos organizadores da pesquisa. E ressaltou que essa é a segunda vez que a emissora omite o nome dele. Izalci estranhou a pesquisa. Para sua assessoria, a divulgação dela nesse momento tem por objetivo influir na dança das cadeiras das filiações partidárias.
Senado
A mesma coisa se repetiu na pesquisa para o Senado. Os cenários propostos pela empresa não representam a realidade eleitoral do DF. Registrada no TSE sob o número DF-01036/2022, a pesquisa, curiosamente, propõe aos entrevistados nomes de pessoas que não têm domicílio eleitoral no Distrito Federal e que já declararam que serão candidatas em outra unidade da federação. É o caso da ex-senadora Heloisa Helena (Rede-AL), pré-candidata no Rio de Janeiro.
A deputada federal Erika Kokai (PT), que tem aparecido em segundo lugar em outras pesquisas, não foi citado em nenhum dos quatro cenários montados pela Real Time Big Data. “É um absurdo omitir nomes que estão colocados para a sociedade. Uma pesquisa que não apresenta todos os prováveis candidatos não é confiável”, sentenciou.
O mesmo aconteceu com o advogado Paulo Roque (Novo), que tem sua pré-candidatura formalizada. “Causa-me estranheza um instituto desconsiderar uma pré-candidatura publicamente colocada quando da montagem de seus questionários”, disse ele, que vai avaliar iniciativas jurídicas para que isso não se repita