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Dilma Rousseff começa segundo mandato com bancada reduzida e oposição fortalecida
Com a popularidade abalada e uma oposição fortalecida, como jamais existiu nos governos petistas, a presidente Dilma Rousseff tomou posse no dia primeiro de janeiro com uma imensa lista de afazeres não só no Palácio do Planalto, mas, principalmente, no Congresso Nacional. Derrotado nas urnas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) lidera a oposição e promete não esquecer das promessas de campanha da presidente e nem dos ataques sofridos durante a campanha.
A bancada favorável a Dilma no Congresso encolheu. Os partidos que apóiam a presidente diminuíram de tamanho e estão mais pulverizados. Os movimentos sociais vêem boa parte do novo ministério com desconfiança. A oposição partidária e midiática está mais agressiva do que nunca. E o desafio da nova equipe econômica é imenso, vide às dificuldades que todo o Globo está enfrentando com a política financeira. Economicamente, a melhor notícia é a recuperação do Mercosul no cenário internacional. Os países do bloco estão na frente de outros emergentes na corrida pela recuperação da crise de 2013.
Nas obras de infraestrutura, o grande problema é que a espinha dorsal dos investimentos depende das estatais, em especial da Petrobrás, e das empreiteiras, todas elas enredadas em uma crise instalada pelas revelações da Operação Lava Jato. O anúncio do PAC 3 – programa que apresentou Dilma à sociedade – pode ser o desafogo que a presidente precisa para começar a trabalhar em paz.
Antonio Lassance, doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB), acredita que a presidente terá mais dificuldades no segundo mandato do que teve no primeiro. “O grande desafio de Dilma é manter o tripé que sustentou seu governo e o de Lula: políticas sociais de redução das desigualdades, estabilidade econômica e melhoria da infraestrutura. Mas o cenário que ela herdou de si própria é muito mais conturbado do que o deixado por Lula em 2011”, disse.