Pelo tamanho e aparência da estrada, a impressão que se tem dela é que não leva a lugar algum e nem liga coisa com coisa. A passagem de terra, sem pavimentação, tem apenas cerca de dois quilômetros de extensão. Mas é preciso chegar depois dela para saber que seu tamanho é inversamente proporcional à sua importância, já que conecta centenas de pessoas do Núcleo Rural Sobradinho dos Melos com a DF-250, principal via da região e que dá acesso a outras vias do Paranoá.
Dádia Regina Lima Batista, 52 anos, é dona de uma mercearia rente à pista, na altura do KM 5 da DF-250. Foto: Antônio SabinoDurante o período de chuva, a travessia por aquela pequena passagem ficou praticamente inviável. Sobravam buracos, desníveis e muita lama. “Estava horrível. Não passava um carro aqui. Muita erosão”, descreve Dádia Regina Lima Batista, 52 anos, dona de uma mercearia rente à pista, na altura do KM 5 da DF-250.
Recuperação – A situação daquela estrada perto da chácara de Dádia era parecida com outras vicinais de Sobradinho dos Melos, no Paranoá, e que perdurou por vários governos. Mas esse problema acabou na semana passada, quando equipes do programa GDF Presente concluíram a recuperação das estradas de terra daquele Núcleo Rural.
Ao todo, operários do Polo Leste do programa recuperaram mais de 18 Km de estradas parecidas com a de Dádia. “Deu uma melhorada grande. Estamos há quatro anos aqui e nunca nenhum governo fez isso”, afirmou ela.
Sacolas nos pés
Foi preciso cerca de 100 toneladas de resíduos de construção civil (RCC), doados pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para compactar aquela pista e deixá-la transitável novamente. Foto: Antônio SabinoDistante aproximadamente três quilômetros da rua dela, o desespero de uma comunidade de Sobradinho dos Melos era maior. A principal via, também de terra, que liga as chácaras com a DF-250, estava intransitável até bem pouco tempo atrás. Abriu-se uma cratera que consumiu quase a totalidade da estrada.
Para passar, os moradores tinham de se arriscar atravessando a pé numa espécie de corredor de menos de um metro de largura. Carros, nem pensar, pois não havia espaço e nem condições para o tráfego deles.
David Douglas Marques, de 25 anos, é comerciante. Foto: Antônio Sabino“Quando chovia, era preciso usar sacolas nos pés. Os caminhões de entrega de compras, materiais de construção, tinham de parar aqui na DF-250 e deixar os produtos. Os moradores que se virassem para levar até a sua casa”, lembra o comerciante David Douglas Marques, 25.
Pista compactada – Foi preciso cerca de 100 toneladas de resíduos de construção civil (RCC), doados pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para compactar aquela pista e deixá-la transitável novamente.
O maquinário usado conta com duas patrol, uma pá carregadeira e um caminhão-pipa, operados por oito homens. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) também auxilia nos serviços. O trabalho foi concluído no último dia 5. Agora, a pista está compactada novamente, acabando com o risco e transtornos com os quais a comunidade convivia há anos.
Thaianne Duque Souza é moradora da Chácara 13 e passa todos os dias pela estrada para ir e voltar do trabalho. Foto: Antônio SabinoMoradora da Chácara 13, Thaianne Duque Souza passa todos os dias por aquela estrada para ir e voltar do trabalho. Ela conta que caminha por cerca de dez minutos. Mas a dificuldade atual, segundo ela, nem se compara com a ocasião em que havia um buraco no meio daquela pista. “Ficava muito complicado sair de casa. Se chovesse, então, piorava. Ficou muito bom agora”, destaca.
Batalhão percorre todo o DF
Equipes do programa GDF Presente concluíram a recuperação das estradas de terra daquele Núcleo Rural. Foto: Antônio SabinoEm entrevista à imprensa, o coordenador do Polo Leste, Júnior Carvalho, conta que a situação das vias rurais de Sobradinho dos Melo era preocupante. Segundo ele, foi preciso reunir vários órgãos para arrumá-las.
Por isso, a região esperou a chegada do batalhão do GDF Presente, programa da Secretaria de Governo que percorre as cidades do DF fazendo pequenos e médios serviços de manutenção. “As ruas estavam intransitáveis. Então, fomos recuperando cada uma delas, fazendo uma boa patrolagem. Ao final, é colocado o RCC, deixando a via um ‘tapete’”, diz ele.