Pelo tamanho e aparência da estrada, a impressão que se tem dela é que não leva a lugar algum e nem liga coisa com coisa. A passagem de terra, sem pavimentação, tem apenas cerca de dois quilômetros de extensão. Mas é preciso chegar depois dela para saber que seu tamanho é inversamente proporcional à sua importância, já que conecta centenas de pessoas do Núcleo Rural Sobradinho dos Melos com a DF-250, principal via da região e que dá acesso a outras vias do Paranoá.
Durante o período de chuva, a travessia por aquela pequena passagem ficou praticamente inviável. Sobravam buracos, desníveis e muita lama. “Estava horrível. Não passava um carro aqui. Muita erosão”, descreve Dádia Regina Lima Batista, 52 anos, dona de uma mercearia rente à pista, na altura do KM 5 da DF-250.
Recuperação – A situação daquela estrada perto da chácara de Dádia era parecida com outras vicinais de Sobradinho dos Melos, no Paranoá, e que perdurou por vários governos. Mas esse problema acabou na semana passada, quando equipes do programa GDF Presente concluíram a recuperação das estradas de terra daquele Núcleo Rural.
Ao todo, operários do Polo Leste do programa recuperaram mais de 18 Km de estradas parecidas com a de Dádia. “Deu uma melhorada grande. Estamos há quatro anos aqui e nunca nenhum governo fez isso”, afirmou ela.
Sacolas nos pés
Distante aproximadamente três quilômetros da rua dela, o desespero de uma comunidade de Sobradinho dos Melos era maior. A principal via, também de terra, que liga as chácaras com a DF-250, estava intransitável até bem pouco tempo atrás. Abriu-se uma cratera que consumiu quase a totalidade da estrada.
Para passar, os moradores tinham de se arriscar atravessando a pé numa espécie de corredor de menos de um metro de largura. Carros, nem pensar, pois não havia espaço e nem condições para o tráfego deles.
“Quando chovia, era preciso usar sacolas nos pés. Os caminhões de entrega de compras, materiais de construção, tinham de parar aqui na DF-250 e deixar os produtos. Os moradores que se virassem para levar até a sua casa”, lembra o comerciante David Douglas Marques, 25.
Pista compactada – Foi preciso cerca de 100 toneladas de resíduos de construção civil (RCC), doados pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU), para compactar aquela pista e deixá-la transitável novamente.
O maquinário usado conta com duas patrol, uma pá carregadeira e um caminhão-pipa, operados por oito homens. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) também auxilia nos serviços. O trabalho foi concluído no último dia 5. Agora, a pista está compactada novamente, acabando com o risco e transtornos com os quais a comunidade convivia há anos.
Moradora da Chácara 13, Thaianne Duque Souza passa todos os dias por aquela estrada para ir e voltar do trabalho. Ela conta que caminha por cerca de dez minutos. Mas a dificuldade atual, segundo ela, nem se compara com a ocasião em que havia um buraco no meio daquela pista. “Ficava muito complicado sair de casa. Se chovesse, então, piorava. Ficou muito bom agora”, destaca.
Batalhão percorre todo o DF
Em entrevista à imprensa, o coordenador do Polo Leste, Júnior Carvalho, conta que a situação das vias rurais de Sobradinho dos Melo era preocupante. Segundo ele, foi preciso reunir vários órgãos para arrumá-las.
Por isso, a região esperou a chegada do batalhão do GDF Presente, programa da Secretaria de Governo que percorre as cidades do DF fazendo pequenos e médios serviços de manutenção. “As ruas estavam intransitáveis. Então, fomos recuperando cada uma delas, fazendo uma boa patrolagem. Ao final, é colocado o RCC, deixando a via um ‘tapete’”, diz ele.