Não é de hoje que o ensino superior brasileiro vem sendo assediado. No século passado, esse tipo de investida era considerado uma afronta aos direitos dos estudantes, previstos na Constituição Federal.
Caso a iniciativa prosperasse, dá-lhe protestos, passeatas, greves e outros tipos de manifestações provocadas nas ruas das cidades e nos campi, de norte a sul do País. Hoje, segundo a lógica neoliberal, trata-se apenas de adequar uma situação anômala à realidade dos fatos.
Dentro deste quadro, o ensino pago traria várias vantagens para os próprios alunos. Olha só: as universidades federais têm baixa aceitação das camadas mais pobres; as matrículas nas entidades privadas são maiores do que as registradas nas escolas públicas; e, finalmente, países como os Estados Unidos adotaram o pagamento de mensalidades como norma – e este exemplo justificaria, por si só, tornar obrigatório transformar escolas públicas em arremedo de particulares.
Há uma infinidade de maneiras de se pagar a conta, para facilitar o crediário, seja pelos alunos, por seus pais, vai ver até pelos conhecidos canais da vaquinha. Todas em consonância com a cartilha que ensina aos jovens economistas que não existe almoço de graça. Que dirá o jantar!
A ideia tem prosperado em São Paulo, via Projeto de Lei – embora encontre um obstáculo: sua inconstitucionalidade. Mas, como PEC (Proposta de Emenda Constitucional) jorra no Congresso como água da fonte, melhor ficar com um pé atrás.
Sabe-se lá!