Reguffe define nos próximos dias a que cargo concorrerá e por qual partido
Orlando Pontes
O mês de março será decisivo para a definição do cenário das eleições de outubro e, em especial, para o futuro de um personagem importante da política brasiliense: o senador José Antônio Reguffe.
Partido
Ainda filiado ao Podemos, o parlamentar promete decidir, nos próximos dias, a que cargo concorrerá este ano – se ao governo ou ao Senado. E por qual partido: além do Podemos, ele conversa com o PDT, com o União Brasil e com o PSD. Mas isto Reguffe só resolverá no fim da janela partidária, em 1º de abril.
Volta
A tendência é de que o senador não permaneça no Podemos. O convite para retornar ao PDT, pelo qual se elegeu em 2014 e depois saiu, já foi reiterado pelo presidente do partido, Carlos Luppi. Neste caso, precisará atrelar sua campanha à do presidenciável Ciro Gomes.
União
Pelo União, a grande vantagem seria a estrutura material (leia-se Fundo Eleitoral). Após a fusão DEM-PSL, o partido passou a ser o detentor da maior parcela desses recursos (cerca de R$ 781 milhões). Entretanto, Reguffe não teria o comando do diretório local.
PSD
Aí é que entram as tratativas com o PSD. Depois da saída do ex-governador Rogério Rosso, pré-candidato a deputado federal, para o PP, o partido de Gilberto Kassab está livre no DF. Se Reguffe optar por este caminho, receberá o diretório regional de “porteira fechada”.
Centro
Nacionalmente, no entanto, Kassab tem se aliado ao ex-presidente Lula nos principais colégios eleitorais – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. E a aproximação com a esquerda, especialmente o PT, já no primeiro turno, não é a mais desejada por Reguffe, que prefere caminhar pelo centro.
Diga com quem andas
Ponderado em suas decisões, o senador tem se aconselhado com várias pessoas. Seus principais interlocutores são os ex-deputados Joe Valle e Chico Leite, o empresário Luiz Pitiman, os deputados federais Israel Batista (Rede) e Paula Belmonte (Cidadania), o distrital Reginaldo Veras (PDT) e o advogado Paulo Roque, pré-candidato ao Senado, que tende a sair do Partido Novo.
Referência
Reguffe foi o senador mais votado em 2014 e não disputou a eleição de 2018. O afastamento das urnas durante oito anos criou um hiato na sua trajetória – não há uma referência recente sobre sua aprovação junto ao eleitorado.
Adversário
Ainda assim, é o pré-candidato, no momento, que tem mais chances de impedir a reeleição de Ibaneis Rocha (MDB) num eventual segundo turno, de acordo com as pesquisas. Portanto, um movimento de Reguffe altera todo o cenário.