Enquanto na novela da TV Globo o pega pega é caracterizado por uma quadrilha de larápios que age em um hotel cinco estrelas de Copacabana, na vida real o pega pega tem como protagonista um sutil ladrão: o HIV/Aids, que no Brasil já furtou a vida de mais de 50% de jovens, em apenas seis anos.
\”O principal motivo é o atual comportamento de rapazes e moças, ao contrário de antigamente. Eles acham que hoje ninguém mais morre por causa de doenças sexuais transmissíveis, como no caso da Aids, que basta tomar remédios continuamente, sem saber que esses remédios provocam efeitos colaterais. A verdade é que a Aids não tem cura, você pega o vírus, o tratamento pode controlar a doença, mas você vai ter problemas pelo resto da vida, não raro chegando a óbitos!\”- afirmou o médico Dráuzio Varella, recentemente, no Fantástico, da Globo.
Por sua vez, o clínico geral especializado em Aids do Hospital Gafrée Guinle, no Rio de Janeiro, Fernando Ferry, acrescenta: \”Existe hoje uma falsa impressão de que a Aids está controlada. Que o perigo da Aids não existe mais porque não estamos mais vendo, na mídia, grandes ícones falecendo com essa doença. No início dos anos 90, o carioca Cazuza expôs ao público sua luta pessoal contra a doença\”.
O cantor Ney Matogrosso foi amigo e namorado de Cazuza. Ele lembra bem como era naquela época, quando a Aids provocava a morte em poucos meses: \”Houve uma semana que eu fui três vezes ao cemitério, no enterro de amigos aidéticos!\”.
Voltando à entrevista do Fantástico, Dráuzio Varella dialoga com Dado Villa-Lobos, músico do grupo de Renato Russo: \”O Renato Russo foi a última pessoa conhecida que faleceu de Aids, não é verdade, Dado?\”. E ouviu a resposta afirmativa:
\”Sim, mas ao contrário do Cazuza, ele preferiu guardar segredo!\”
Deixando um alerta sobre o vírus causador da Aids, conclui o doutor Dráuzio:
\”No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada estabilizada, mas continua avançando entre os mais jovens. Na última década, o contágio mais que dobrou entre rapazes e moças de 15 a 19 anos!\”
Prestou atenção, João(*), no que o doutor Dráuzio disse? Então te cuida, garoto, antes que a tua vaca vá pro brejo!
(*) Nome fictício para proteger meu jovem amigo: ele é alto, moreno e simpático, obviamente, cotado pela clientela feminina!